quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Guerreiros

Caríssimos tricolores, com profunda emoção escrevo meu primeiro post pós-campeonato. Prêmio mais do que merecido para a melhor torcida deste Universo. Domingo perfeito, um 5 de dezembro inesquecível eternizado pela sabedoria de um líder nato. Do banco de reservas, Muricy Ramalho regia um escrete atônito pela grandeza daquele momento. Milhões de tricolores suavam, rezavam, cantavam a todo vapor pelo tricampeonato. Sob a benção de João de Deus e a presença ilustre de todas as almas tricolores desencarnadas. Não foi à toa o abraço do mestre Telê em Muricy na madrugada de sábado. Nada mais simbólico do que o Fio de Esperança sorrir para o homem mais digno do futebol brasileiro. Num simples olhar, sinalizou em sonhos para o seu pupilo que uma história vitoriosa começaria na tarde seguinte. Fato consumado.


Na cancha, um camisa 11 se consagrou no Brasileirão. Deste, a imprensa já cuidou de idolatrar. Será do Flu por mais cinco anos e deixará seu nome na galeria de astros tricolores. Muito obrigado Darío Conca!!! E outro que voou foi Mariano. Completa a trinca de ases da vitoriosa equipe de 2010. Chegou à seleção porque é hoje o melhor lateral direito em atividade no país e, jogando pelo Flu, foi imprescindível no apoio aos nossos atacantes.


Sem Jamais deixar de lado todos os outros jogadores, comissão técnica e profissionais do dia-a-dia tricolor, em nome de nossa torcida, agradeço de coração a cada um por esse marco da retomada. Após todas as glórias do passado, tenho a certeza de que o Fluminense iniciará uma trajetória vitoriosa na modernidade, pulverizando qualquer argumento rival contra a grandeza do clube de Álvaro Chaves. 2011 será ainda melhor!

“Faz a torcida querida vibrar de emoção, o tricampeão!”

Saudações tricolores e parabéns ao time de guerreiros

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Porque o título não foi parar em São Januário

Tripulantes da Nau Vascaína,

Pra quem leva a sério esse futebolzinho mequetrefe praticado neste Brasileirão encerrado no domingo, o título do meu post pode até parecer estranho. Mas, se checarmos o placar do intervalo dos jogos da última rodada, em que NENHUM dos três candidatos a campeão conseguia ganhar de clubes que já estavam rebaixados, sem seus principais jogadores e sem qualquer motivação, não é nada demais. Basta ver a série de exemplos, que apresento a seguir, para reconstituir como nossa nau, naufragada como um Titanic, não conseguiu encontrar o cais da Libertadores e do título. Ainda bem que teve a tábua da salvação, Copa Sul-Americana!



O Vasco ficou a 22 pontos do título. Vou retirar três desta contagem, já que se o Vasco estivesse disputando a liderança, jamais perderia pontos para o freguês, Fluminense. Portanto, tomo a liberdade de deixar por 19 pontos a diferença, em princípio. Abaixo, seguem os pontos perdidos, que culminaram em uma variação tão absurda entre times tão parecidos.

1 – Gols no fim do jogo

Não se toma um gol do Guarani aos 48 minutos do segundo tempo (01 ponto jogado no lixo no primeiro turno) e nem de time dirigido pelo Cuca, em São Januário, no final do primeiro tempo (02 pontos a menos). O mesmo aconteceu com o Grêmio, em meados de outubro, quando o Vasco entregou uma vitória certa, já que ganhava por 3 a 1, nos minutos finais (menos 02 pontos). Muitos devem estar se perguntando do jogo com o Botafogo no returno, mas este, eu vou elencar no segundo tópico. Até aqui, o Vasco já perdeu 05 pontos, que somados aos três da derrota para o Fluminense, nos deixaria com 08 pontos a mais. Com isso, já teríamos tomado o 8º lugar do Santos no campeonato.

2 – Mulambadas dos nossos jogadores

Infelizmente, não foram poucas, caro torcedor cruzmaltino. Como não se lembrar do pênalti bisonho do Titi, aos 44 minutos do segundo tempo, frente ao Botafogo (02 pontos que foram embora)? Como esquecer da carrinhada desnecessária do volante Nilton no atacante do Atlético-MG, em jogo ganho no returno, que nos fez conceder o empate aos 38 minutos do segundo tempo (mais 02 pontos que fizeram falta)? E o canhestro gol perdido pela jovem maldição vascaína, Jeferson Silva, que conseguiu errar sem goleiro e na linha da pequena área (outros 02 pontos, por favor)? Ainda teve aquele gol contra espírita do brilhante Césinha, frente ao Corinthians, em jogo que se valesse, o Vasco não perderia, já que o Corinthians é outro freguês (joga mais 03 pontos pra gente!). Mais 09 pontos, que se somado com os 11 anteriores (da possível vitória contra o Flu e dos gols tomados no fim do jogo), perfazem 20 pontos. Já dava pra sentir o cheiro do título no ar.

3 – Mulambada contra o Flu

A saída de bola mulamba da dupla de ouro, Felipe e Zé Roberto, custou caro para o Vasco no primeiro turno contra o Fluminense. O Vasco ganhava por 2 a 1 do então, ‘invencível’, Tricolor. Mais dois pontos que a gente perdeu.



4 – No apito

O Guarani ganhou do Vasco com pênalti mal marcado pela arbitragem, o que nos daria mais um ponto, no segundo turno. 23, até o momento. Desta forma, o Fluminense seria vice-campeão, com quatro a menos.

5 – Pré-Copa

Como já seríamos campeões somente com a pontuação supracitada, insiro este tópico apenas para mencionar que nossa equipe deixou sete jogos de vantagem para as demais. Saímos da Copa do Mundo em 19º lugar e não fossem os gols no fim da partida e nem as mulambadas, seríamos Hexacampeões brasileiros. Afinal de contas, o Flamengo pulou de Tetra para Hexa, e se é assim, podemos também, uai!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Carta aberta ao governador Sérgio Cabral Filho

Caro governador,

tenho uma enorme admiração pelo senhor. Cruzmaltino como eu, o senhor tem realizado ações de enfrentamento ao tráfico que tornarão nosso Rio de Janeiro uma cidade ainda mais maravilhosa. Porém, creio que o senhor tem pecado no quesito educação. A falta de conhecimentos básicos de matemática colocam a população de nosso estado em situação vexaminosa. Por favor, incluam contagem básica no currículo do ensino fundamental e médio. Afinal, em 2009 riram de nós pois muitos mostraram não saber que se você tem quatro títulos e ganha mais um, passa a ser penta, e não hexa-campeão. Agora, mesmo os garotos dazelite mostram ignorância, achando que um time que acumula o segundo título do campeonato brasileiro passa a ser tri, e não bi-campeão.
No mais, só tenho que parabenizar pelo sucesso da segurança pública. Afinal, a calma de ontem nem parecia que algum clube da cidade havia conquistado nada.

Um abraço,
Rafael Saldanha

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

RT

Cruzmaltinos desse planeta,

sabe quando a gente fica esperando, procurando as palavras certas, a frase certa, e alguém vem e fala o que você estava pensando antes de você? Pois, tenho vivido isso. Tinha pensado em escrever justificando minha ausência, mas mesmo nisso fui ultrapassado. Pois bem, seguindo a tendência do Twitter, só me resta dar RT, e colar aqui o brilhante texto do blog Fundamentalismo Vascaíno, um dos melhores de toda a blogosfera. Aí vai:

"
Um beijo na mocinha é o que pedimos.

Esse ano foi de uma inconstância singular, tanto minha quanto do Vasco. Escrevi pouquíssimas colunas para esse site, e maioria delas vieram à tona em momentos de turbulência. Não foi a falta de tempo que fez-me dar um freio nos escritos, foi a falta de Vasco, pelo menos a falta do Vasco vencedor que eu nasci amando. Foi, também, a horrível sensação de impotência que acomete a todos nós quando lemos o noticiário Vascaíno, especialmente nas questões referentes a sempre vulcânica política de nosso clube. É impressionante como esses barrigudos de gravata nunca se emendam! Trabalham dia sim e dia também para perturbar a paz e o juízo dos vascaínos.

Há muito não visito um certo site da oposição, mas tenho certeza que eles andam a grunhir em seus escritos, sempre denunciando um pseudo pecado mortal ou uma suposta tramóia dos dirigentes que hoje comandam o clube. Chego a desconfiar que as esposas desses senhores(se as tiverem) estão sempre a dormir de calças Jeans, na verdade é a única explicação que consigo aventar. Ao terminar de ler qualquer coluna daquele site, a vontade que dá é de ir a um centro Kardecista qualquer e tomar um “passe” pra ver se desanuvia um pouco o espírito e descarrega um pouco daquele ódio impregnante que eles professam.

Descontente, porém, é óbvio que todos estamos. Só é possível descontentar-se com a campanha fraca e bem aquém de nossas possibilidades que conduzimos não só neste brasileiro, como ao longo de toda a temporada. O time titular do Vasco não deve ou deve pouco a maioria dos que estão acima dele, fato incomum durante essa década perdida. E aí, certamente, reside o mais crucial dos problemas, porque a quantidade de partidas que o bom time titular cruzmaltino fez durante a temporada se conta nos dedos. A principal peça, Carlos Alberto, esteve em São Januário em menos oportunidades do que eu, sendo que na maioria delas jogando no “sacrifício”! E olha que esse ano nem fui em muitos jogos. Há de concordar que desse jeito fica muito difícil de almejar algo grandioso.

Aí não vai uma crítica ao nosso capitão, pessoa pela qual nutro simpatia e muito respeito. O caso é que isso afetou mortalmente as ambições que tínhamos. Não acredito que ele seja do tipo chinelinho. Explico. Não vejo o Carlos Alberto como alguém que viva no departamento médico por sua própria vontade e esteja deliberadamente fazendo corpo mole. O fato é que ele se machuca muito, o que somado ao(Pelo menos foi assim que se mostrou) ineficiente departamento médico Vascaíno, acaba por impedir que ele jogue, mas parece que vai voltar agora. Agora que não adianta de mais nada. O Vasco já se consolidou na décima segunda posição, que hercúleamente e contra a vontade de nossos 15 milhões de impacientes corações, tanto buscou ao longo do campeonato. Hélio Ricardo escreveu em sua coluna que fizemos papel de coadjuvantes no campeonato, mas faria um pequeno reparo: Fomos menos, fizemos apenas uma ponta no filme desse brasileiro. Uma ponta sem falas e sem créditos no final.

O Vasco prometido não foi entregue. Confesso que já não é de hoje que apenas dou uma passada de olhos no noticiário vascaíno. Não que eu esteja ficando menos vascaíno, ao contrário, continuo um fundamentalista da causa, como sugere o nome do meu blog(WWW.fundamentalismovascaino.blogspot.com). É que um time em nossa situação estática só é capaz de produzir notícias desalentadoras e que parecem requentadas. A imprensa, sem ter muito o que falar sobre um time sem nada pra dizer, acaba tendo que produzir, por ela mesma, as matérias pra encher lingüiça em seus respectivos veículos. Aí começam as boatarias, os “disse-me-disses”, o técnico que balança mas não cai. Quando começam com isso, é que nada que preste vai acontecer até o fim do ano. Se o time está na pior, lemos com afinco e esperança as notícias, esperando que a tormenta enfim acabe. Quando o time está na ponta, do mesmo modo, mas por motivos naturalmente diferentes, queremos também consumir tudo que se fala do nosso clube. E quando estamos parados no meio da tabela? Aí queremos é que o ano acabe logo e comece logo o seguinte, que sempre renova esperanças.

Pra não parecer que eu também durmo com alguém que dorme de calça Jeans, vamos ver se consigo dar um toque de otimismo nessa coluna. O Vasco prometido não foi entregue, mas existem esperanças concretas que isso aconteça em 2011. Temos uma boa base para manter e reforçar pontualmente. Precisamos, basicamente, de alguém que substitua a provável saída de Rafael Carioca; um zagueiro para jogar com o defensor de nível Internacional Dedé; reposição de qualidade para as duas laterais; um atacante pra chamar de camisa 9; uma benzedeira de plantão no DM e, claro, a manutenção do Rodrigo Caetano, sem a qual todo esse planejamento tende a ir por água a abaixo.

Tudo isso se confirmando, o Vasco tem potencial para ser muito mais que um coadjuvante em 2011. Quem sabe a gente consiga até beijar a mocinha no final.

"

Semana que vem eu tô de volta.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A batalha final

Caros Alvinegros,

Assino este que pode ser que seja um dos últimos posts que escrevo sobre o Fogão, no Campeonato Brasileiro de 2010.

Numa oportunidade anterior eu desabafei à respeito do time, do elenco, do aproveitamento nos jogos em que sofremos com uma quantidade enorme de jogadores machucados e suspensos, falei da falta de uma equipe numerosa e dotada de jogadores que pudessem suprir as baixas com qualidade.

Sim, sofremos com tudo isso mas chegamos ao último jogo em condições de disputar o honroso 4º lugar, posição que poderá nos levar à disputa da merecida Taça Libertadores da América em 2011. Não posso negar que houve raça e vontade. Não fosse isso estaríamos lá pelo meio da tabela.

Vou torcer pelos guerreiros que entrarão em campo, claro. Vou sofrer tanto quanto sofremos no ano passado, fugindo rebaixamento. Vou gritar e vibrar como na final do Carioca deste ano quando, desacretidado por todos, vencemos o Flamengo.

Tenho inúmeras razões para acreditar na vitória. Mas a maior delas é a que fala o seguinte: perdemos apenas 6 jogos. Vencer o Bota não é fácil. Poderiam dizer que empatamos demais mas tudo bem, sabemos que o aproveitamento foi menor justamente porque somos a equipe que mais sofreu com contusões.

Acredito na vitória e acredito na equipe. Vamos pra cima deles. Afinal de contas, tem coisas que só acontacem ao Botafogo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Que João de Deus nos abençoe


"Acreditem: — o Fluminense começou a ser campeão muito antes. Sim, quando saiu do caos para a liderança. "Do caos para a liderança", repito, foi a nossa viagem maravilhosa. Lembro-me do primeiro domingo em que ficamos sozinhos na ponta. As esquinas e os botecos faziam a piada cruel: — "Líder por uma semana. Daí para a frente, o Fluminense era sempre o líder por uma semana."

Nelson Rodrigues já previu nosso trinfo nesta campeonato que está por terminar há quase 40 anos. O Profeta Tricolor sabia desde sempre que a taça seria nossa por méritos e justiça. Sim, justiça. A histórica arrancada em 2009 que livrou o Fluminense do rebaixamento só poderia ser coroada com um título. E um título não se ganha em um único jogo, em um único domingo. Se conquista com alma, com coração, com sangue.

Ainda sem voz por causa da goleada sobre o São Paulo, tento conter a euforia. Tento calçar as sandalhas franciscanas da humildade. Mas confesso que já me imagino pelas ruas e bares da cidade festejando o título. Chego a sentir uma dor quase física de tanta ansiedade. As próximas duas semanas serão as mais longas da minha vida.

O que me faz acreditar mais do que nunca na conquista do campeonato é que Deco finalmente estreou com a camisa tricolor. Fred voltou a marcar e dá força ao nosso ataque. Emerson deve voltar nas duas últimas rodadas para coroar nossa campanha. E Conca, bom... Conca é Conca. Esse último merece uma estátua de bronze na porta de Álvaro Chaves.

Estamos a 180 minutos de uma conquista histórica. A 180 minutos da glória. Que João de Deus ilumine nossos craques e abençoe essa torcida maravilhosa. Amém!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O milagre tricolor


"Eu ficava por conta da vida quando perdia jogo. Não brincava, não saia, não tinha nada que me fizesse alegria. O Fluminense era a minha paixão". Essa frase foi dita pelo mestre Telê Santana e reflete o sentimento de milhões de tricolores nesta segunda-feira. O empate como Goiás foi um duro golpe na caminhada do Fluminense rumo ao título Brasileiro. Mas devemos lembrar que o campeonato não acabou. Esse não foi nosso último jogo. Ainda faltam três rodadas e enquanto houver esperanças, devemos acreditar.

Tentando encontrar forças para ainda acreditar no título, me lembrei das últimas jornadas do Brasileirão de 2002. Havia vários times à nossa frente na busca por uma das oito vagas para às quartas-de-final. O Flu precisaria vencer todos os seus jogos e torcer por combinações improváveis.

Só o tricolor mais otimista acreditava na classificação. Pois vencemos o Vasco, o Botafogo, a Portuguesa. Porém, uma derrota inesperada para o Paysandu quase colocou tudo a perder. Chegamos à última rodada precisando vencer a Ponte Preta, em Campinas, para garantir a classificação.

O jogo parecia um treino de ataque contra defesa. A Ponte massacrou o Fluminense. Aos 20 minutos do segundo tempo já vencia por 2 a 0 e estava roubando a vaga tricolor. Pois foi então que o imponderável entrou em campo. O técnico Renato Gaúcho colocou Magno Alves em campo e dele sairam os passes para dois gols de Roni. Mas o empate não era suficiente. Até que nos últimos minutos, o zagueiro da Ponte brincou na frente de Romário e o Baixinho chutou fraquinho, entre a trave e o goleiro. Vitória de virada por 3 a 2 e o Flu avançou no Brasileirão de 2002.

Com o Fluminense é sempre assim. Nada é fácil, tudo chega com uma dose generosa de dramaticidade. É por isso que nossas conquistas são tão saborosas.

Agora, mais uma vez precisaremos contar com o imponderável para ficarmos com o título. Mas meus amigos, nunca esqueçamos as palavras de Nelson Rodrigues. "O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade e quando se fala em eternidade e Fluminense, os milagres acontecem".

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Os 300 de Muricy


Só mesmo um Time de Guerreiros para superar tantas adversidades, tantos obstáculos, tantas tormentas e ainda permanecer praticamente intocável na liderança de um campeonato difícil e equilibrado, como é o Brasileirão. O que os valentes tricolores tem feito ao longo desta jornada me faz lembrar da histórica batalha das Termópilas, travada durante a II Guerra Médica. Isso foi no Verão de 480 a.C, no desfiladeiro das Termópilas, na Grécia Central. Foi nesta época que 300 espartanos sob o comando de seu rei Leónidas, enfrentaram centenas de milhares de persas liderados por Xerxes, filho de Dario.

Naquele tempo, mesmo sabendo de suas limitações numéricas em relação ao adversário, Leónidas enfrentou os persas como se tivesse o mesmo número de guerreiros ao seu lado. Perdeu a batalha, mas derrubou milhares de inimigos e foi decisivo para a salvação de Atenas e, por conseguinte, da nascente Civilização Ocidental.

Agora, Muricy Ramalho faz o papel de Leónidas, o líder de um grupo incansável e predestinado. Um grupo que disputa cada jogada como se aquela fosse a última e decisiva peleja. Sim amigos, estamos diante de guerreiros verdadeiramente tricolores. A cada novo embate, perdemos peças valiosas. Mas nunca caímos porque sempre surge um novo herói.

Na batalha do Beira-Rio, Ricardo Berna parecia ter ganho asas de uma águia e a agilidade de um leopardo. Obra dos Deuses dos futebol. Berna voou em bolas indefensáveis e foi buscar no cantinho chutes impossíveis. Parecia o imortal Castilho com sua habitual leiteria, com uma sorte invejável. Ricardo Berna fez o que se espera de um goleiro. Evitou uma derrota quase certa e conquistou praticamente sozinho um ponto precioso na briga pelo título. Os 300 espartanos de Muricy derrubaram mais alguns milhares de persas nesta jornada.

Agora faltam apenas cinco inimigos pela frente. E com o retorno de nossos maiores guerreiros, Fred, Emerson e Deco, não haverá ninguém capaz de evitar nosso triúnfo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Os sonhos não morrem


Era ainda um pré-adolescente, com algumas espinhas na cara, quando dei meu primeiro beijo. Eu tinha 12 anos. Foi só um estalinho numa garota chamada Juliana, na pracinha de Eugenópolis. Isso foi em janeiro de 1989. Nesse mesmo dia, o Fluminense decidiria com o Vasco uma vaga nas semifinais da Copa União de 88, que havia tido sua fase final adiada. O Flu jogava pelo empate porque vencera a primeira partida por 1 a 0, gol de Zé do Carmo, contra. E foi um jogão. O tricolor saiu na frente com um golaço de Donizete. Mas o Vasco empatou e depois virou, com um gol nos acréscimos. O resultado levou a decisão da vaga para a prorrogação. Meu Deus, que sofrimento. Até que no primeiro minuto da etapa final do tempo extra, um tal de Zé Maria, que eu nunca mais ouviria falar, colocou o Flusão em vantagem. E no finalzinho, Washington, o verdadeiro, encobriu Acácio e levou o Fluminense para as semifinais. Naquele dia, dei meu primeiro beijo e sonhei pela primeira vez com o meu tricolor campeão brasileiro.
Pra quem não conhece a história, o Flu não chegou nem à final daquele campeonato. Foi eliminado pelo Bahia, que acabaria campeão. Foi minha primeira grande tristeza no futebol.
Nossa, mas o tempo passa muito rápido. Já estou na casa dos 30 anos e ainda não vi o Flu campeão brasileiro. Nesse tempo, tive algumas namoradas, me casei, tive duas filhas, me divorciei, fiz duas faculdades, operei o coração por duas vezes, meu pai faleceu e o Fluminense… bom, o Fluminense vocês já sabem.
Eu poderia ter me divorciado do Fluminense também. Me daria menos dor de cabeça. Poderia fazer de conta que ele morreu. Ficaria só a saudade. Mas não, me recuso a abandonar o pavilhão tricolor. Sinto como se esse clube fizesse parte do meu corpo. É como um órgão vital. Se ele parar, eu paro junto. Eu respiro Fluminense, eu vivo Fluminense… sou viciado no Fluminense.
Decepções como a da Copa União de 88 se repetiram ao longo desses anos. E nem estou falando dos três rebaixamentos seguidos. Falo de 1991, na derrota para o Bragantino no Maracanã. Na eliminação humilhante de 95, para o Santos. Nas derrotas para São Caetano, Atlético Paranaense e Corinthians em 2000, 2001 e 2002. E nas tristes decisões de Libertadores e Sul-Americana para a LDU, em 2008 e 2009. Por tudo o que já passamos, merecemos o Brasileiro desse ano mais do que nenhuma outra torcida. Não que sejamos melhores que os outros, não me entendam mal. É apenas uma questão de justiça. Já estivemos tão perto, tantas vezes e nada. Chegou a hora, torcida tricolor. São seis jogos para o paraíso. Nelson Rodrigues diria nesse momento que “uma torcida vive e influe no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva com enorme paixão sua presença para dentro dos gramados. Quando o Fluminense precisa de um milagre, os tricolores vivos, os doentes e os mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas”. Portanto, o que são seis jogos para quem esperou a vida toda? Esse é o nosso momento e ninguém vai nos tirar essa taça.
Ainda parafraseando Nelson Rodrigues, “o Fluminense nasceu com a vocação da eternidade e quando se fala em eternidade e Fluminense, os milagres acontecem”.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

sábado, 9 de outubro de 2010

Adeus 2010...

Caros Alvinegros,

Desisti do Brasileirão de 2010. Após o jogo contra o timeco do Guarani, eu desisti.

Retiro tudo que eu disse sobre o Botafogo possuir um elenco de qualidade, que estava fazendo a diferença e que brigaria, no mínimo, pela Libertadores.
Não dá pra confiar em um elenco que não tem laterais reservas (esquerdo e direito) e que depende de Túlio Souza, Fahel e a LESMA do Lúcio Flávio.

Aliado ao que eu disse acima, o time se quebrou todo, literalmente: Maicosuel, Herrera e Fábio Ferreira param por no mínimo 6 meses, lesionados, Jobson envolvido em supostos casos de vadiagem noturna, Marcelo Mattos, um GIGANTE no meio de campo, 40 dias parado e suspensões em massa por cartões amarelos, vermelhos, tudo junto, misturado, de uma vez só.

Não há time que resista a tanto revertério de uma vez só. É lamentável.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O Profeta

Cruzmaltinos desse planeta,

em 31 de maio desse ano, escrevi uma coluna sobre a chegada de Zico ao Flamengo e comparando sua função simbólica à de Roberto Dinamite. Esse texto, de 4 meses atrás, faz várias profecias. A mais importante eu reproduzo abaixo:

Há mais ou menos dois meses, vi uma entrevista de Zico dizendo que jamais seria técnico no Brasil, para não correr o risco de enfrentar o clube da Gávea. Ok. Respeito. Mas perguntado se treinaria o próprio Urubu, foi covarde e disse que jamais assumiria nenhum cargo no Clube pois não queria ver a mulambada o xingando de burro. Parece que a coragem voltou e o camisa 10 da Gávea repensou essa decisão. Mas ele que não se engane. Será xingado de burro e não vai demorar muito. Pois se em campo ele só dependia de si, na "cartolagem" vai responder pelas cagadas de muita gente.

Pois, o tempo me deu razão. Denúncias de corrupção e críticas apareceram e a coragem do Galinho parece ter se esvaído mais uma vez. Deixa o Flamengo bagunçado e a 3 pontos da zona de rebaixamento. Quando a coisa ficou realmente preta, o ídolo do império do mal pulou fora. Preferiu preservar sua imagem como ídolo do que tentar salvar seu clube. Coloca a culpa num ex-integrante de torcida organizada que virou diretor. Diz que "o Flamengo atual morreu em seu coração", fingindo que não foi ele quem trouxe craques como Val Baiano, Borja e Leandro Amaral. Boa parte da torcida flamenguista acreditará nisso - eles nunca foram conhecidos pela inteligência mesmo... - e Zico continuará ídolo, a despeito da situação caótica do clube.

E o que nós, vascaínos, temos com essa história toda? Esse caso todo serve como mais um parâmetro pra analisarmos a postura de nosso presidente Roberto Dinamite. Há três anos, quando Roberto assumiu, o Vasco mergulhava em uma de suas maiores crises, que culminaria com o fatídico rebaixamento. Muitos em seu lugar nem dariam a cara a bater. Outros criariam uma situação e sairiam de fininho. Roberto encarou de frente. Montou a equipe, passou pela segunda divisão de forma vitoriosa e ainda está no Vasco. Se ainda não tivemos as conquistas prometidas (e que merecemos), serve de alento saber que o time está no caminho certo. Temos o melhor time desde a máquina de 2000, e tenho a convicção de que comemoraremos em breve.
Por outro lado, há três anos, o nome de Roberto Dinamite era uma unanimidade entre os torcedores. Considerado o maior ídolo da história da Colina, Dinamite era um deus vivo do futebol, daqueles que causava brigas se alguém ousasse criticá-lo. Hoje, envolvido na política do clube, Roberto é bombardeado até dentro do próprio Vasco. Mas segue no cargo. Prefere ser mortal, falível e alvo de críticas - justas e injustas - do que abandonar o timão da nau vascaína nas mãos de escroques como os que o antecederam na presidência. Assim, quatro meses depois, repito a frase que encerrou o texto daquele 31 de maio:

Tem que ser muito homem pra botar seu nome pra se xingado pela torcida. Liderar nas vitórias é ótimo, e fácil. Se sacrificar pela causa é que faz o herói.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Agora sim...

Cruzmaltinos desse planeta,

sei que vos abandonei, mas foi por uma boa causa. Havia feito uma promessa que só escreveria novamente nesse blog quando o Vasco desencantasse. E finalmente aconteceu. E logo contra a pivetada mal educada da Vila Belmiro. Uma vitória maiúscula, que poderia ter sido mais folgada ainda caso o time conseguisse aproveitar melhor as oportunidades que cria ao longo da partida. Já tava dando agonia a sina dos empates, das derrotas por vacilo como contra o Inter e o Guarani. Ainda não fomos 100%. Tomamos um gol num vacilo de Cesinha, substituto do mito Dedê. Zé Roberto foi uma nulidade, mais atrapalhou do que ajudou, como no jogo contra o Guarani e contra a cachorrada.
Mas vencemos. E contra o time daquele moleque mimado que botou na cabeça que é craque. Neymar fez hoje o que sabe fazer de melhor: firula, mergulho na grama e cara de "magoei". Até quando a imprensa vai ficar dando trela pra esse moleque?
Enfim, o importante é usar essa vitória pra embalar. Chegamos aos 25 jogos com 33 pontos. Temos tudo pra vencer o Goiás e somar 36 em 26 rodadas, somente 2 pontos a menos que o Império do Mal tinha no ano passado à essa altura do campeonato, como nos mostrou o tricolor Felipe... Não podemos vacilar, temos que acreditar...

..

A coluna de hoje é escrita com grande pesar pela contusão de nosso cão de guarda Zidanilton. O dono da camisa 5 vai fazer muita falta no time. Para nosso alento, o volante Jumar entrou jogando muito hoje. Se o juiz não tivesse caído na onda do cai-cai da baixada, teriamos O Sombra em campo na sexta... Retorna logo, Guardião!


domingo, 26 de setembro de 2010

A volta de Jobson e Marcelo Cordeiro

Caros Alvinegros,

Hoje é dia de comemorar. Sim, comemorar a vitória: da raça, da superação e da volta de Jobson e Marcelo Cordeiro. Temos facilidade em vencer "Atléticos", seja o do Paraná, de Minas ou de Goiás. Somos especialistas.

Os dois jogadores voltam à equipe após afastamento por delicadas lesões. Jobson não poderia voltar em melhor hora, já que Loco Abreu está suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo e Marcelo Cordeiro volta pra cumprir a função que só ele pode, já que é o único lateral esquerdo da equipe.

O Fogão está muito desfalcado mas estou certo de que dá pra vencer. Alguns reservas tem aparecido bem nos últimos jogos, como Edno e Renato Cajá, e são fundamentais nesse momento.

É hora de dar força pro "Maestro" Lúcio Flavio e confiar no seu toque de bola e cobranças de falta. É provável que, até o fim do campeonato, seja ele o responsável por conduzir o time como nos velhor tempos, quando se destacava pelo toque diferenciado.

É hora também de fazer gols, muitos, e dedicar ao Maicosuel, que ficará entre 6 e 8 meses afastado por uma fatalidade, uma lesão no joelho esquerdo. Outros muitos gols merecem ser dedicados ao Jefferson, arqueiro de confiança do Técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes.

Precisamos aproveitar a derrota do Cruzeiro para o Santos e tirar a diferença. Vamos voltar, aos poucos, para o lugar onde merecemos estar: o topo!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Em um passado pouco distante...

Caríssimos, folheava jornais velhos esta semana e me deparei com um Lance! do ano passado. Falava da vitória do Flu sobre o Avaí pela 26ª rodada do Brasileirão 2009. Chegávamos a incríveis 21 pontos. Lanternas e desesperados, há 12 rodadas do fim do certame.

O que mais chamou a atenção nem foi a situação do Flu, mas a posição de alguns times na tabela. A liderança folgada estava com o Palmeiras (50), cinco pontos a frente do Goiás (45). Completavam o G4 São Paulo (45) e Inter (44). O Flamengo (38) estava em oitavo, 12 pontos atrás do líder, e Cruzeiro (35), quarto colocado geral, era o 13º na tabela.

Portanto, qualquer previsão após 24 jogos é mera especulação. Não existe embasamento possível para definir campeão, G4 ou G3, zona de rebaixamento em 2010. Acredito nos três primeiros colocados, pelos pontos conquistados e bom futebol apresentado. Embora não impeça que times lá da meiuca tirem a diferença e se aproximem de vez. Ano passado tivemos arrancadas épicas na parte de baixo e de cima da tabela.

Dez dias é a previsão para que os titulares no estaleiro estejam defendendo as cores do Fluzão diante da melhor torcida do mundo. Precisamos aproveitar os próximos jogos - contra adversários medianos - para voltar ao topo e preparar o terreno para que Emerson, Diguinho e Fred voltem quebrando tudo. As chances são boas!

ST

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Empate e superação alvinegra

Caros Alvinegros,

Não fosse o elenco que temos e suas possibilidades de variações de jogadas teríamos perdido o jogo contra o Vasco. Ah, e vamos levantar a mão pro céu e agradecer o fato de não termos sido goleados ainda no primeiro tempo.

Estamos distante daquela equipe com futebol envolvente, com uma defesa bem armada e ataque rápido e matador e isso se justifica pelas constantes lesões dos jogadores. Há algum tempo tenho comentado sobre a importância de um grupo repleto de peças, apesar de não ser novidade para ninguém. Mas não é só isso que faz a diferença: qualidade é fundamental.

No jogo contra o Vasco o Fogão quase se rendeu à fortíssima marcação do adversário, principalmente no primeiro tempo e sofreu muito com as investidas do bom lateral Ramon. Enquanto isso, na frente, praticamente todas as jogadas de ataque pelo alto, com Loco Abreu, eram desarmadas pelo Dedé (outro bom jogador).

A sequência de jogos que estamos enfrentando é cruel, principalmente nos inícios dos turnos. Enfrentaremos em sequência os principais colocados no campeonato e adversários diretos na busca pela Libertadores e, por que não dizer, do título?!
Agora é hora de mostrar raça, pura e simplesmente, já que nossos principais articuladores de nossas principais jogadas estão lesionados (Maicosuel, jobson, Marcelo Cordeiro, Marcelo Mattos).


Apesar dos pesares, acredito na força do grupo. A limitação que vem sendo imposta por contusões, principalmente, é superada jogo após jogo. E Loco Abreu vem liderando a equipe em campo. É Hora de superação.

sábado, 18 de setembro de 2010

Padre é fachada

Caríssimos tricolores, flamenguista tem pacto com o diabo. É e sempre será o lado negro da Força. Esse pároco mulambo benzendo a cabeça de Deivid chega a ser ridículo. O trabalho está sendo feito contra nós, como sempre foi. Fernando Henrique quebrou o dedo, Deco é dúvida, fora todos os já conhecidos desfalques tricolores.

O momento é de faca nos dentes para segurar essa liderança na marra. Vencer o mais saboroso de todos os jogos. Se possível, esculachar a imensa massa de iletrados. Uma lástima a última rodada do certame não ser Fla-Flu. Um título nacional em cima dos mulambos vale em dobro. E ano passado não teriam jogo entregue, com certeza. Aguaríamos o chopp (chopp não, nem sabem o que é isso) dos urubus fedorentos.

Se ganhar dos líderes é a motivação maior do outro lado, estabelecer-se sobre o centenário rival é nosso respiro de alívio. Precisamos apoiar incondicionalmente, como nossa torcida não anda fazendo. Sei do orgulho de torcer para o Flu, para nosso time de craques guerreiros, mas isso não deve se transformar em soberba.

O campeonato está em aberto, é cedo pra dizer quem ganha ou quem cai. Entretanto, estamos em primeiro e nossa caminhada pode ser mais tranquila. Devemos retornar aos tempos de regularidade para fazer valer a força do escrete de Muricy. A retomada começa amanhã e a vítima será a melhor de todas.

ST

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A volta de Somália e Herrera: prevejo mais 3 pontos

Caros Alvinegros,

Não se preocupem, a coça que tomamos do Goiás foi algo surreal e não mais se repetirá. Não vou entrar no mérito da questão.

O fato é que 2 guerreiros estão de volta e prontos pra briga: Herrera e Somália. Somália é um dos poucos jogadores fudamentais no atual elenco e é titular absoluto e incontestável. E Herrera é símbolo da garra e disposição desse time.

O Cruzeiro que não conte com esses 3 pontos. Eles são alvinegros.

Mudanças no clima e no tempo

Lembro de um tempo em que só ficava sabendo dos resultados da rodada no carro, de manhã, com o rádio ligado na emissora AM. Isso por que aqui em Juiz de Fora só sintonizávamos Rádio Globo direto do Rio, no 1220. Geralmente, as notícias chegavam quando estava a caminho do colégio e meu pai nos conduzia para as aulas do ensino fundamental. Uma outra alternativa era tentar assistir na Band, em meio a um toró de chuviscos e ruídos, o Januário de Oliveira gritar que havia um corpo extendido no chão. Atualmente, é possível saber em tempo real o que está acontecendo em todos os estádios e no mesmo instante, não vou ao colégio de carona, nem meu pai está por aqui. Mesmo assim, somente às 9h dessa última quinta fiquei sabendo que o Flamengo havia saído vencedor no confronto da quarta. Não por conta de falta de fontes, mas de vontade, de medo do que estava se transformando aquela jornada angustiante, irmã das outras passadas.
No meio da semana anterior, foi duro sofrer pela inoperância diante os bambis e a falta total de competência reapareceu contra o Vitória, já no sábado. Às vezes uma força sinistra se apodera do astral do Mengão e dá vontade de chorar, quebrar o chão, bicar a TV por que é inexplicável, são erros bizonhos que se repetem e minam o coração de quem assiste a partida.Todavia resisto por que sei que futebol é uma moral muito mais paciente e pacífica do a que se tenta vender por aí. Não é preciso fanatismo, mas é necessário ser fanático se for o caso. 
Pedia para que alguém aparecesse para vazar da porta do bar. Estava difícil de ficar ali parado, sem cerveja, sem cigarro. Apareceu a carona, vazei, fui pra casa, dormi. Acordei, dei aula e na sala dos professores vi o jornal com a vitória do Flamengo. Antes, durante a noite, comentei que esse Fla estava me lembrando o início dos anos 2000, me que eu não queria assistir aos jogos, mas mesmo assim, os via e só me ferrava. 
Bom, mas o importante é que o Fla sobe e o Flu desce a ladeira. Sei que ainda lutaremos na parte inferior da tabela, mas acho que os tricoletes já estão com as pernas bambas preparando a bitola para a ferrada. E o pior é que fingem que são machos! 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Com o coração partido


Fui acordado na manhã desta quinta-feira com uma mensagem, de uma pessoa muito querida, no telefone celular.

_Estou muito triste, já chorei aqui no trabalho... depois do segundo gol, desliguei a tv e fui dormir.

A mensagem é de uma daquelas torcedoras que respiram o Fluminense 24 horas por dia. Lê todas as notícias, acompanha todos os programas de TV, vai ao estádio, veste a camisa e não aceita provocação de torcedor rival. É uma tricolor na essência da palavra. Perder um jogo pra ela, é como ir ao velório de um amigo querido. É como uma ferida exposta que demora a cicatrizar. E essa derrota para o Corinthians aconteceu justamente num momento em que todos nós, tricolores, nos sentimos fragilizados pela queda de rendimento do time e ascensão do Cruzeiro. Não havia momento pior para um resultado negativo. Por isso, tanto sofrimento.

O sentimento da torcedora que chorou por causa da derrota para o Corinthians foi o mesmo de milhões de tricolores espalhados pelo país. É a sensação de quem chegou a se imaginar com a faixa de campeão no peito e agora começa a duvidar disso. É a sensação de quem está se sentindo enganado por um time que encantou a todos com um futebol envolvente, rápido, vistoso e vencedor. Mas agora joga com má vontade, de forma burocrática, previsível e arrogante.

O maior tricolor de todos, Nelson Rodrigues, diria que os maus resultados dos últimos jogos são obra do Sobrenatural de Almeida.

_ Ele se instalou ao lado de Muricy Ramalho, no banco de reservas, e passou a dar palpites na escalação do time – afirmaria Nelson.

Não acredito em assombração, mas a verdade é que Muricy ainda não conseguiu encontrar um lugar para Deco no time. Desde que o luso-brasileiro estreou, há oito rodadas, o Fluminense venceu duas partidas, empatou três e perdeu outras três. Vinte quatro pontos disputados e oito conquistados. Aproveitamento de pouco mais de 30%, digno dos candidatos ao rebaixamento. Mas o que fazer com um jogador de custa rios de dinheiro aos cofres do patrocinador e tem um talento indiscutível? Muricy é pago, e muito bem pago, para responder a pergunta. E é bom ela encontrar a reposta antes do fim do campeonato. Deco não é culpado. Mas ainda não se mostrou como solução.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O maior clube do Mundo


Nelson Rodrigues, certa vez, disse que “o Fluminense não recusou as sandálias da humildade. Sendo um grande clube, o maior do mundo - tem direito de ser humilde. Portanto, passamos a andar, com um imaginário passarinho no ombro, segundo o figurino franciscano”. Mas talvez ai esteja nosso maior equívoco. De tão humildes passamos a ser humilhados em praça pública. Pela imprensa, pelos rivais, pelas arbitragens e pelos homens que comandam o futebol nesse país. Chegou a hora do Fluminense, “o maior clube do mundo” recusar as sandálias da humildade.
As provações pelas quais passamos são comparáveis às dos grandes mártires. Os três rebaixamentos consecutivos feriram nosso orgulho. As derrotas inesperadas nas decisões da Copa do Brasil em 2005, na Libertadores em 2008 e na Sul Americana, em 2009, também nos feriram a alma. Fomos sempre a chacota dos jornais, dos adversários.

Para lembrar aqui as vezes que fomos prejudicados pela arbitragem, seriam precisos uns três dias. Recordo-me de uma centena de jogos que tivemos nosso triunfo ceifado pelos homens de apito. Quem não se recorda da final da Copa do Brasil de 1992, quando José Aparecido de Oliveira tirou do Fluminense um título que já estava com lugar garantido na sala de troféus das Laranjeiras. Expulsou o lateral Zé Teodoro aos 40 do segundo tempo e dois minutos depois marcou um pênalti inexistente em Célio Silva, que fez o gol da vitória do Internacional, em Porto Alegre. E a decisão da Libertadores, na qual Héctor Baldassi ignorou a catimba do goleiro Cevallos, o pênalti em Washington, anulou jogada de Cícero que acabaria em gol, e mandou Thiago Neves repetir uma cobrança de pênalti de forma inexplicável? Se lembram?

Agora querem tirar do melhor time do Brasil o título Nacional. Primeiro fecharam a porta da nossa própria casa, o Maracanã. Depois, insinuaram que estamos sendo beneficiados pela arbitragem, numa clara tentativa de induzir os homens de apito contra o Fluminense nos próximos jogos. E por fim, transformam um problema entre Fred e o departamento médico em “crise”. Que crise? Em crise deve estar o Flamengo, à beira da Série B. Em crise deve estar o Atlético Mineiro, que não ganha de ninguém. Uma equipe que lidera o campeonato em tudo, não pode estar em crise.

Deixem o Fluminense em paz. Somos grandes, temos uma torcida maravilhosa e numerosa, que não abandona o time nunca. Uma torcida que, como diria Nelson Rodrigues, se o time fosse jogar no céu, morreria para vê-lo jogar. Então não me venham com essa de crise, de manipulação de resultados e manobras políticas para nos tirarem o título. Chega de calçar as sandálias da humildade. Chegou a hora de sairmos às ruas, vestirmos a camisa, lotarmos os estádios e mostrarmos que esse é o Fluminense, o maior clube do Mundo.

Marolinha

Chega a ser ridículo o que a imprensa tenta fazer com o único tricolor do mundo. Crise? Na posição onde estamos, com o time que temos? Piada, só pode ser.

Ninguém aguenta a mesma ladainha de sempre. Ganha quatro, é sensação. Empata três, é cavalo paraguaio. Fico me perguntando se é burrice alheia ou leviandade. Obviamente, burros não são. Fazem tudo para vender jornais e não se preocupam mais com a credibilidade dos veículos de comunicação. Fora de campo, tudo é tão previsível quanto candidatos caô-caô, promessas vazias, favelas fakes e tudo o que propaganda política tem direito.
Em campo, o Fluzão não encanta mas segue no caminho do bem. Muricy trabalha quieto e mantém o plantel focado, mesmo sem ainda contar com todos os titulares. As malditas contusões, ora de Fred, ora de Emerson, ora de Fred, ora de Diguinho, ora de Fred, ora de Diogo, ora de Fred, impedem um entrosamento maior de nosso escrete, que ainda não encontrou seu melhor esquema, embora ainda assim seja o mais competitivo.

No estaleiro, Fred disse besteira. Da grossa. Gosta de falar, todos sabem. Até blog o artilheiro tem. Michael Simoni é um grande profissional, sua capacidade é inconteste. Não deveria sair do clube, mas acredito que a corda ruirá para o lado do médico tricolor.

Por fim, fica a mensagem de um torcedor. Ninguém se importa com o que falam por aí, principalmente o besteirol da flapress. Torcida, técnico, time querem ganhar essa bagaça. Não mediremos esforços para isso. Imprensa, Fred, CBF, ninguém tira nosso foco. O Fluminense vem para ser campeão e lutará até o último minuto por mais uma taça em Álvaro Chaves.

Saudações tricolores

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dia de fritar o Peixe!

Caros Alvinegros,

Estou ansioso pelo jogo contra o Santos, que começa daqui a pouco. Não temos nada a temer, nosso time se equipara ao deles.

É dia de arrancar no segundo turno, dia de confirmar nosso bom momento, dia de nos reafirmarmos como uma das grandes forças desse campeonato.

Nossas lembranças do último confronto contra o Peixe no Pacaembu são as melhores: carimbamos o título brasileiro!

Pra hoje, aposto num 2x1 pro Fogão e um deles será marcado pelo Loco. Isso mesmo, tá passando da hora!

O Líder voltou!


Foram três jogos sem vencer. Duzentos e setenta minutos de um futebol previsível, sem graça e irritante. Foram três rodadas para o torcedor tricolor se lembrar de alguns de seus piores pesadelos. Foi só um susto. O verdadeiro Líder desse Campeonato Brasileiro voltou.

Na vitória contra o Ceará, o Fluminense não chegou a exibir todo o seu repertório. Deixou alguns espaços na defesa – Leandro Euzébio, por exemplo, fez uma de suas piores apresentações. Errou passes em excesso. Até Deco pecou nesse quesito. E abusou de errar gols. Washington, apesar dos dois marcados, estava de doer. Mesmo assim, o Flu foi superior o tempo inteiro. Em nenhum momento o Ceará ameaçou a vitória tricolor. Aliás, o placar não refletiu o que foi a partida. Talvez um placar tipo 7 a 0 ou 11 a 0 não seria exagero. Podem acreditar.

O Fluminense voltou a vencer e a jogar bem porque deixou o 4-4-2 de lado. Sem Emerson, nosso melhor jogador ao lado de Conca, o técnico Muricy adotou novamente o esquema com três zagueiros, liberando assim os laterais. Deco passou a ser nosso armador no meio campo. E Conca virou o companheiro de Washington no ataque. Sem a obrigação de marcar, o argentino teve uma exibição de gala. Dois belos passes para os gols de Washington, muita movimentação e alguns gols perdidos. Foi nosso maestro contra o Ceará. E como Emerson e Fred ainda não tem previsão para voltarem ao time, Conca deverá ser mantido na posição.

O Líder está de volta? Está. Mas calma, tricolores. O campeonato é longo e ainda faltam muitas rodadas. Dezoito, para ser exato. Temos elenco? Temos. Temos técnico? Temos. Mas Cruzeiro e Internacional cresceram e cresceram muito. O título está totalmente aberto. E se quiser ser campeão Brasileiro após 25 anos, o Fluminense terá que incorporar o “Time de Guerreiros” de 2009.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O plantel alvinegro para o 2º turno do Brasileirão

Caros Alvinegros,

Melhor do que terminar o 1º turno do Campeonato Brasileiro entre os seis primeiros colocados é ter a certeza de que a equipe botafoguense pode almejar mais do o 6º lugar.

A diretoria do Botafogo conseguiu, enfim, montar um grupo competitivo e dentro de suas possibilidades. Teve planejamento e consegue saldar em dia salários de estrelas como Loco Abreu, Maicosuel e Jeferson, sem nem falar das caras aquisições de Maicosuel e Jobson e outros bons investimentos como Marcelo Mattos e Somália.

Me impressiona tanto o trabalho dos diretores que, hoje, o Fogão briga quase que de igual pra igual no mercado de contratações e, a exemplo de Somália, renovou o contrato do bom meio campista por mais cinco anos.

Temos peças de reposição e mostramos competitividade mesmo com as ausências dos titulares Jobson e Somália nos últimos jogos, apesar do empate "tosco" contra o Grêmio.

Tenho boas expectativas para o 2º turno do Campeonato. Acho que o Fogão pode se sair melhor na primeira sequência de jogos da segunda metade em relação ao 1º turno. E tenho certeza que já na próxima quinta-feira, contra o Santos, vamos continuar firmes cada vez mais rumo ao topo da tabela.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Neymar e os meninos da Vila

Lamento, mas hoje vou fugir do nosso tema principal. De tempos em tempos, surge um assunto digno de nota dentro do mar de insignificância chamado de "futebol paulista". Geralmente me seguro, espero alguns dias para ver se a relevância do tema é passageira, o que geralmente acontece. No entanto, dessa vez, adiei tocar nesse assunto até demais. Preciso urgentemente falar dos meninos da Vila, e em especial, de Neymar.
Tenho quase trinta anos. Acompanho futebol há quase vinte. Tive o prazer de ver Romário no auge. Vi o ano brilhante de Edmundo, em 1997. Acompanhei as carreiras vitoriosas de Ronaldo e Zidane do início até o fim (vamos combinar, Ronaldo, sua carreira já acabou!). Todos esses foram craques, gênios maiores da bola.
E tenho visto Neymar. O que já vimos Neymar fazer? Ganhou um título paulista, e uma Copa do Brasil. Perdeu uns 5 pênaltis, quase todos por displicência. Ficou famoso por aplicar dois chapéus, o último na noite de ontem. Detalhe importante: os dois com bola parada. O lance não tem objetivo, senão o de desrespeitar o adversário. O técnico tenta justificar, dizendo que é do instinto do jogador. Romário, Edmundo, Zidane, Ronaldo... Jamais vi nenhum desses fazer coisa semelhante. Na fala do jogador, fica mais fácil notar o desprezo que Neymar tem por seus companheiros de esporte: "Dou mesmo". O jogador santista não vê nada de errado.
Os adversários dizem que a arrogância do atacante não para por aí. Segundo o zagueiro do Avaí, Neymar teria dito que "é milionário e pode tudo". Seria difícil acreditar, mas tal atitude não chega a ser surpreendente após o episódio da Webcam do time do Santos, há menos de um mês.



A imprensa os mima. Vem com um discurso de "eles são jovens, inconsequentes, falam essas coisas sem pensar". Bobagem. Isso não é falta de idade, é falta de caráter. Falta de valores. A imprensa tanto babou o ovo desses garotos, que nem conquistaram títulos de grande expressão, que eles realmente passaram a acreditar que são realmente seres superiores. A prova estaria em suas contas bancárias. É um fenômeno que não atinge somente jogadores de futebol, mas jovens idiotas de todos os meios. Afinal, um jovem rico que agride uma empregada doméstica e justifica dizendo ter achado que se tratava de uma prostituta o faz amparado num sentimento de superioridade atestada pela condição financeira.
Quando vejo Neymar e suas atitudes, dentro e fora dos gramados, não enxergo nele um Romário, um Zidane, um Ronaldo ou Edmundo. Nem mesmo um Dener, um Ronaldinho Gaúcho, um Bebeto... Vejo que o máximo que Neymar pode chegar a ser é um Edilson. Indisciplinado, o capetinha até ganhou títulos. Mas se alguém for fazer uma lista dos 10 melhores jogadores que viu jogar, dificilmente seu nome virá à lembrança. Teve uma chance, mas não conseguiu ter sucesso na Europa. Ficou relegado aos subúrbios do futebol mundial. Encerrou sua carreira esse ano, de forma melancólica, no há muito decadente Bahia. Queria ser protagonista, mas acabou virando uma nota de pé de página no livro do futebol. Pode ser pior: pode terminar como Denilson: 33 anos, desempregado, teve que virar comentarista de TV após passagens sem destaque pelo futebol do Vietnã e da Grécia.
E pode ser ainda pior.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Um líder que só joga por 45 minutos

O torcedor do Fluminense deve ter acordado nessa segunda-feira com uma bela dor de cabeça. E não é pra menos. Pela terceira partida seguida, o time jogou apenas um tempo. Somente 45 minutos de bom futebol. Foi assim contra o Vasco, contra o Goiás e agora contra o São Paulo. Dos últimos nove pontos que disputamos, só ganhamos cinco. É pouco pra quem deseja se manter na liderança do Campeonato Brasileiro e ficar com o título no fim do ano. Reparem que neste mesmo período, o Santos e o Inter venceram seus três compromissos. E como ainda tem uma partida a menos que todos os outros, um deles pode encostar de forma perigosa no tricolor.

No caso específico do empate com o São Paulo, Muryci Ramalho errou ao escalar Belletti entre os titulares. Recém recuperado de uma contusão, o jogador deixou espaços no meio campo, não protegeu a zaga, como pretendia Muryci, e ainda cometeu muitas faltas. Numa delas, Rogério Ceni marcou o primeiro gol do São Paulo. Na volta pro segundo tempo, Rodriguinho mostrou que deveria ter sido o escolhido do treinador para começar jogando. O ex-goleador do Santo André deu mais velocidade ao ataque e melhorou o time. Pena que Washington mais uma vez estava apático. Perdeu o pênalti e praticamente não foi notado em campo. Volta logo, Fred.

No tropeço diante desse São Paulo que não mete mais medo em ninguém, livro apenas a cara um jogador. E não é a do goleiro Fernando Henrique, que fez grandes defesas, mas falhou nos dois gols adversários. Livro Deco, que jogou muito. Deixou pelo menos uns três sãopaulinos descadeirados, macou um gol, sofreu o pênalti e mostrou uma categoria impressionante. Anotem aí tricolores, esse Deco vai fazer história com a camisa do Fluminense.

Agora teremos dois jogos até o fim do primeiro turno. Duas pedreiras. Palmeiras e Guarani venceram no fim de semana, de virada e ganharam moral. Ainda assim sou mais Flu. Mas está na hora do time voltar a jogar 90 minutos e não apenas a metade.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ah, quarta-feira

Muito bom ver o Fluzão jogando bola duas vezes por semana. O que já é ótimo, fica perfeito se dobrar a dose. No Serra Dourada, o desespero dos comandados de Leão (que hoje intimida tal qual um gatinho manso) pode pesar para os dois lados. Sorte seria - ou competência - se mais uma vez abríssemos o placar logo de cara. Fatura liquidada.

Se fosse o Muricy - que tudo sabe - manteria o esquema com três zagueiros e utilizaria Deco no decorrer da peleja. O ideal é esperar o falso portuga adquirir ritmo de jogo e se entrosar aos poucos com o time titular. Não estamos em situação calamitosa e não precisamos de atitutes urgentes.

***


Ontem, lá pelas 23h, me deparei com uma notícia pra lá de animadora. Horcades, nosso presida falastrão, afirmou que o Maracanã passará a ter a alcunha de Nelson Rodrigues em jogos do tricolor. A mais perfeita tradução de um gigante capaz de atingir sensações inimagináveis no fervor das duas instituições mais importantes do futebol carioca. San Siro x Giuseppe Meazza que nada. Mário Filho x Nelson Rodrigues!!!!

Saudações

"Não há mal que não se cure"

Tripulantes da Nau Vascaína,

Foi-se o tempo, coisa de pouco mais de uma década, o futebol jogado no Brasil era coalhado de atletas de alto nível, como Romário, Edmundo, Juninhos Pernambucano e Paulista, Euller, Jorginho, Felipe, Mauro Galvão, Pedrinho e Ramon. Não por acaso, todos eles passaram, por esta época, pelo Gigante da Colina. Não a toa, no fim do milênio, não havia quem não temesse o time de São Januário.


O tempo passou e o brilho do futebol brasileiro caiu na última década. Tanto que viu ascender um tricampeão brasileiro sem feições de grande vitorioso. Se compararmos o esquadrão do parágrafo anterior, com Rogério Ceni, Richarlyson, Jorge Wagner, Mineiro, Miranda, Hernanes, Borges e Dagoberto, chega mesmo a dar pena. Não do São Paulo, que faturou três títulos nacionais, mas do futebol brasileiro, que caiu muito. Isso sem falar no Vasco, que foi do céu ao inferno.


Conforme o ditado popular, “não há bem que sempre dure e não há mal que não se cure” e o Vascão voltou. Primeiro na ofensiva contra os rubro-negros e depois no injusto empate com o tricolor carioca, repleto de suas estrelas e sob o comando do tricampeão, Muricy Ramalho. Jogamos, desde o findar da Copa do Mundo como o time da grandeza que o Vasco é. E o São Paulo, no entanto, vem em franca decadência. Perdeu a Libertadores, teve resultados pífios no Brasileiro e já começa a flertar com o rebaixamento.

Futebol é momento e é tempo do Cruzmaltino. Cabe vencer com autoridade o São Paulo e calar o Morumbi, como muito fez em outras décadas. Ainda mais porque o resultado pode deixar o Vasco da Gama cada vez mais próximo do G-4, lugar mais do que merecido para um dos maiores clubes do Brasil.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tropeço

Caríssimos, com atuações individuais irreconhecíveis o Fluminense empatou com o Vasco em um jogo onde todas as chances de vitória sorriram para nós. PC Gusmão armou mal seu time, deslocou Felipe para a lateral, deixou Conca livre de marcação e? Nada.

Incrível a facilidade como a turma da fuzarca (rs) fez seus dois gols. E o pior. Mais um tento sofrido em contra-ataque quando vencíamos e dominávamos o jogo. Concordo com o companheiro RDias no sentido de não haver necessidade de maiores preocupações, mas existem pontos a serem melhorados no time. Para que a tranquilidade não se transforme em insegurança.

Muricy, que tudo sabe, deve ajustar a defesa com urgência. Com a iminente entrada de Deco, provavelmente um zagueiro deve esquentar banco, o que pode brecar a boa fase de Mariano e, quem diria, Julio Cesar. Nada como uma sombra para fazer qualquer boleiro correr atrás do prejú. Isso também é prova de que jogador precisa de tempo para se adaptar ao clube. Mariano hoje é o maior lateral em atividade no país somente porque teve tranquilidade para trabalhar. Ponto para o nosso comando, que está montando um grande elenco para duas ou três temporadas.

Quarta teremos uma peleja perigosa em Goiânia. A equipe de Leão precisa vencer alguém certa hora, e farão de tudo para que o Flu seja a vítima perfeita. Na disputa pelas cabeças, o Corinthians pega o Cruzeiro fora de casa e pode perder pontos. Mantendo a regularidade, a Taça das Bolinhas será desinfetada nas Laranjeiras no final do ano.

ST

Quero ver o manto soberano por aí!

Falar mal do Rogério, agora é chover no molhado - e está um torozão na Gávea. Ou seja, pelo jeito iremos ficar mais um mês com um time sem qualquer padrão, sem garra e na esperança de que o ataque de última hora salve a plantação. Não fica claro qual é o objetivo do Flamengo nesse campeonato. Talvez, mirando no ano 2019, estejamos preparando a equipe para cair em desgraça e depois, como a Fênix, resurgir para a vida. Nunca irei deixar de confiar na força de Zico, mas não sou cego para não entender o que está acontecendo, até por conta da tabela, dos gols não marcados e, claro, pelas partidas sofríveis que sou obrigado a assistir a cada rodada.
Contra o Atlético PR até fiquei satisfeito em determinado momento da partida. Realmente parecia um Fla que tocava a bola com a cabeça em pé e sem errar aqueles passes bobos. Todavia, com o passar do jogo, os mesmos dilemas voltaram a surgir e, principalmente, quebrando meu protocolo para hoje, vieram do banco, as (não) soluções para o time. É aí que o estômago ruge e a cara fecha e o barulho de descontentamento toma a mesa.

Muito mais do que um ataque, o Flamengo precisa de um treinador de futebol profissional e além disso, um padrão que possa fazer o meio-campo se sobressair, facilitando a vida do Pet e seus quase 40 anos. O que resta é rezar para que: o Fla tome jeito com o novo ataque; que mesmo recuperando pontos, a diretoria rebaixe o atual treinador aos mirins; que seja bom assistir o manto balançando soberano sobre o certame.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Nenhum motivo para preocupações

Alguns tricolores me pareceram preocupados após o empate com o Vasco. Chegaram a me perguntar por que o técnico Muricy tirou Diguinho e colocou Deco, para logo depois trocar o atacante Washington pelo volante Fernando Bob. As alterações deram a impressão de que o treinador havia decidido partir pra cima dos vascaínos com a entrada do luso-brasileiro. Porém, teria se arrependido em seguida e recuou o time. Foi um pouco das duas coisas e o que prevaleceu no fim foi a prudência.

A bem da verdade é que o Fluminense não fez um jogo brilhante. Envolvente em alguns momentos, como nos primeiros 15 minutos de partida. Sonolento em outros, como todo o restante do primeiro tempo e o início do segundo. Quando acordou, já estava perdendo por 2 a 1 e teve que correr para frear a festa que a torcida adversária fazia na arquibancada. Importante ressaltar que alguns jogadores contribuiram para mau futebol apresentado contra o Vasco. Diguinho, Washington e Emerson, decisivos em outras rodadas, não viram a cor da bola. Por outro lado, o criticado Diogo fez sua melhor partida no campeonato. Júlio César também esteve bem e foi recompensado com um gol feito na marra, na base da raça mesmo. Ah, e Deco? Mostrou habilidade em alguns lances. Mas perdeu um gol inacreditável. Precisaremos ter paciência com ele.

O resultado não foi bem o que a torcida esperava. Uma vitória nos manteria com quatro pontos a frente do Corinthians. Mas precisamos lembrar que esse é um campeonato de pontos corridos e somar pontos é sempre importante. Quando Muricy tirou Washington para lançar Fernando Bob se lembrou disso. É melhor um ponto na mão do que três voando. Uma derrota no clássico poderia abalar time e torcida. E vamos ser honestos, o empate foi justíssimo.

sábado, 21 de agosto de 2010

112

Cruzmaltinos desse planeta,

é muito fácil homenagear um herói de uma só glória. É mole enaltecer o clube de uma só estrela. Basta falar de um tal mané das pernas tortas. Falar dos granfinos-pão-com-ovo é mole também: meia dúzia de linhas a respeito da taça olímpica, ou de algum quase título, como o da libertadores de 2008. Mesmo a mulambada é de fácil aplauso: você cita alguma coisa sobre a década que eles ficaram por cima da carne seca por conta de um tal franguinho do subúrbio e tá mais do que bom. No entanto, quando se quer fazer justiça com alguém que foi heróico e glorioso repetidas vezes ao longo de sua longa história, a tarefa torna-se árdua. Corremos o risco de pecar pela omissão, de deixar de fora o essencial, de esquecer o inesquecível. Falar dos 112 anos do Vasco é uma dessas missões hercúleas. Me sinto pequeno pra falar disso, mas humildemente tomo pra mim a incumbência na certeza de que será falha, porém feita com todo o peito.
Podemos começar no 21 de agosto de 1898, quando um grupo de imigrantes portugueses decidiram remar contra a maré e fundar seu próprio club, se opondo ao pensamento vigente de que o desporto era uma prática exclusiva das elites. Ou no ano de 1923, quando um time de mulatos e pobres conquistou seu primeiro campeonato carioca de futebol (modalidade que começou a ser praticada pelos vascaínos menos de uma década antes).


Ou ainda, no ano seguinte, quando bravamente nos protegemos do preconceito dos esnobes e lançamos o manifesto contra o racismo? Quando nos unimos e construímos o maior estádio do país até então, em 27? O título de 29, que nos levou à Europa para encantar portugueses e espanhóis pela primeira vez? Talvez nos anos 30, quando a máquina dos Camisas Negras, de Leônidas, Fausto e Domingos da Guia, seguiu conquistando títulos?


Que tal os míticos anos 40, quando o Expresso da Vitória conquistou o primeiro título internacional de um club de futebol brasileiro, ao nos tornarmos os primeiros campeões da América, em 48, no Chile? Ainda poderiamos enaltecer nossa generosidade, ao garantir, em 1949, o único título da carreiro do ídolo da cachorrada Heleno de Freitas... Não, não convém jogar na cara o tamanho minúsculo do time de General Severiano...


A década de 50 talvez seja a ideal. Ganhamos 4 dos 10 títulos cariocas disputados, ainda fomos à Europa desbancar a fama de maior time do mundo de um tal de Real Madrid. Eles tinham Kopa, Di Stéfano e até o Generalíssimo Franco de seu lado, mas quem poderia superar o escrete cruzmaltino? Se não temos um troféu da taça jipe em nossa galeria, temos a certeza de termos batido aquele que é considerado um dos maiores times da história.
Mesmo os tenebrosos anos 60, marcados por um Brasil que estava de cabeça pra baixo, tanto politicamente, quanto no futebol, não passaram em branco. Tá certo, foi só uma Rio-São Paulo, mas já é mais do que muito time que se diz grande por aí... Mas acho que não é o melhor momento pra se falar do Gigante...

Os anos 70 trouxeram os títulos de volta. Mesmo que não tivéssemos conquistado nada, valeria pelo surgimento de Roberto, o Garoto Dinamite, um dos maiores ídolos do esporte bretão. Mas, além disso, ainda levamos dois cariocas e fomos o primeiro time do Rio de Janeiro a conquistar o Campeonato Brasileiro de futebol, batendo os imbatíveis Santos de Pelé, Internacional de Figueroa e Cruzeiro de Nelinho e Dirceu Lopes. Só essas partidas finais já dariam assunto pra escrever um livro. Depois delas, o tal rei do futebol até se mandou pros EUA...


A década de 80 marcou o surgimento do baixinho mais marrento de todos os tempos. Romário apareceu como um cometa, e antes de nos deixar rumo a Europa, nos trouxe títulos cariocas de 87 e 88. Em 89, sem o Baixinho, mas com Bebeto, fomos bicampeões brasileiros em cima do São Paulo, em pleno Morumbi.


Os 90 são covardia. Em uma só década ganhamos mais quatro cariocas, um brasileiro e conquistamos mais uma vez a América. Nos últimos dias do ano 2000, ainda protagonizamos um dos maiores jogos de todos os tempos, a virada do século, a final da Copa Mercosul de 2000.


Se os últimos 10 anos não foram brilhantes, não podemos esquecer que começamos a década levantando a taça. O Brasileirão de 2000 só terminou em 18 de janeiro de 2001. Ganhamos um carioca em 2003, vivemos momentos tristes mas superamos, e chegamos a hoje, 21 de agosto de 2010, de cabeça erguida, com a certeza de que pode até haver instituição esportiva com história semelhante à nossa, mas nenhum superior.

Faltou falar de muita coisa. É demais pra um só. Ainda bem que não sou só um. Somos uma imensa torcida bem feliz. Que venham mais 112 anos iguais aos que passaram. Pra desespero dos rivais.