sábado, 16 de junho de 2012

Goleada enganadora


Fiéis tricolores e hereges, 


Vejam só como é o futebol! Enquanto grande parte da torcida só via coisas ruins nos três empates seguidos, eu vinha aqui, feito um Quixote, elogiar a evolução tática do nosso amado tricolor. Dizia eu que os resultados não demorariam a aparecer, frente ao jogo coeso e sólido que apresentava a equipe. 

 Pois é. Hoje nada disso valeu. O Fluminense fez o seu pior jogo no Brasileiro e um dos piores em toda a temporada. Com Wallace e Carleto apagados, não tivemos saída pelas laterais. Os quatro homens de frente também não se entenderam, e até mesmo a zaga andou dando bobeira. A Portuguesa, embora limitada e desorganizada, foi melhor e não merecia perder. Muito menos ser goleada. 

Só levávamos algum perigo ao adversário nas raras subidas do Jean ao ataque. E não é que numa bola dessas achamos o primeiro gol? O volante encontrou o Fred que, enganou a marcação e com a categoria habitual finalizou, no rebote do goleiro Wellington Nem marcou. 1 a 0 foi o placar do primeiro tempo. 

Mal começou a segunda metade aproveitamos uma bobeira na marcação adversária e, de bola parada, marcamos o segundo (Anderson de cabeça). A Lusa, que seguia melhor, diminuiu em seguida. Quando o gol de empate parecia ser questão de tempo, eis que a bola chega mais uma vez no Fred, que se livra do zagueiro e marca o seu 85º gol pelo Flu (em 127 jogos). Já com jogo resolvido, Deco (que mesmo quando não é muito produtivo, esbanja classe) deu um passe magnífico pro Lanzini marcar mais um. 

Após esse jogo, será que a torcida tricolor voltará a acreditar no time, dando sossego pro Abel? Será que conseguiremos conciliar a vitória com um jogo agradável? Ou será que voltaremos ao mote de 2010 (jogar mal, poré, vencer)? A conferir, nos próximos capítulos.

ST

Diego Souza, o imprevisível


Tripulantes da nau vascaína,

Diego Souza não é craque. Diego Souza não é perna-de-pau. Diego Souza não é, no entanto, inclassificável. Diego Souza é imprevisível. Como em um jogo de roletas, você pode apostar no camisa 10 cruzmaltino e quebrar a banca. Ou perder tudo... E este é o problema do nosso meiocampista. Dono de um excelente porte e preparo físico, consegue ainda aliar a boa condição à habilidade, item diferencial para os atletas do futebol recente, mais afeitos às botinadas do futebol força. O gol de domingo na vitória frente ao Bahia, em Pituaçu, por 2 a 1, é prova disso. Belíssimo tento, coroando a melhor atuação da equipe do Vasco no primeiro tempo que, diga-se de passagem, podia ter virado com uns 4 a 0. E é por isso mesmo que permanece a pergunta: por que DS10 não usou seu repertório de jogadas na partida da Copa Libertadores contra o Corinthians, na única chance clara de gol para os dois times, em 180 minutos? Acredito, piamente, que foi pela imprevisibilidade do homem, o jogador-roleta que habita o meio-de-campo cruzmaltino. Ele é capaz de meter três golaços no Cruzeiro, ser expulso em jogo fora de casa contra o Libertad, de fazer chover, de fazer marolinha, de não fazer nada, de sequer ter aparecido em campo. E o que eu acho disso? – No mínimo preocupante.
Acostumado com camisas 10 do quilate de Edmundo, Roberto Dinamite e Bebeto, Diego Souza precisa se tornar mais constante para ocupar o espaço na galeria de craques do clube. Potencial tem de sobra, mas já provou, nas passagens pelo Atlético-MG e Palmeiras que não está preparado para o status de ídolo. Talvez, além do treinamento físico e tático, um preparo psicológico possa trazer bons frutos para o cara. Ele é bom de bola, mas necessita estar extremamente motivado para render o que a torcida espera. E a torcida espera muito dele. 


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 Em tempo (1) – Cristovão Borges não é técnico para o Vasco da Gama. Conseguiu tomar sufoco do Bahia na segunda etapa, que não teve melhor sorte por limitação do elenco, em um jogo que estava muito fácil para o cruzmaltino. O Vasco só é líder do certame porque manteve a base, que joga quase que sozinha. A paixão do técnico por cabeças-de-área é algo abominável e pode ser empecilho para a nau vascaína rumar para o pentacampeonato brasileiro. 

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 Em tempo (2) – Sei que pela linha editorial, devo me limitar a tratar de temas do Vasco da Gama, mas não podia deixar passar: Ronaldinho Gaúcho ainda consegue enganar clubes brasileiros. Pobre Atlético Mineiro...

domingo, 10 de junho de 2012

Estreia morna, no campo e na arquibancada


Fiéis tricolores e hereges de outras cores,

Apesar de estarmos na quarta rodada, podemos dizer que hoje o Flu estreou. Com a entrada de Deco, Wellington Nem e Fred, o nosso amado tricolor começa a apresentar a suas principais armas na busca do quarto título nacional.

É claro que ainda temos que melhorar. Valencia trará mais segurança lá atrás, Carlinhos tem mais a oferecer que o esforçado Carleto, Diguinho ajudará o meio a pensar (Jean é um bom jogador, mas às vezes é muito afobado), Fred e Wellington Nem ainda carecem de ritmo, Wagner e Thiago Neves ainda estão devendo este ano, e até mesmo Deco precisa melhorar fisicamente (caiu muito no segundo tempo). Mas, apesar de tudo isso, não vejo motivo pra pessimismo.

O Flu se apresentou bem, principalmente no primeiro tempo. Com um bom padrão de jogo, tocando bem a bola, e quase sempre seguro lá atrás. O Inter, como era de se esperar, armou uma retranca e se limitou a jogar nos contra-ataques. Faltou-nos poder de fogo (como já disse, a dupla de ataque se mostrou longe dos seus 100%) e mais ímpeto pra decidir o jogo (a arquibancada inexplicavelmente vazia parece ter contagiado aos jogadores).

Se, por um lado, esse empate em casa não era o resultado esperado (fomos melhores e até merecíamos a vitória), por outro, não assistimos a um Flu partindo desesperado e desorganizadamente pro ataque, como aconteceu tantas vezes ano passado. Aliás, a equipe mostra um equilíbrio e uma solidez defensiva maior que a do ano passado. Com os ajustes necessários e um pouco mais de gana pra vencer (tanto por parte dos jogadores, quanto dos torcedores), certamente faremos uma campanha brilhante.

Agora temos pela frente 3 adversários fracos (Portuguesa, Atlético-GO e Náutico). Chegou a hora da torcida esquecer de vez a Libertadores e empurrar o Fluzão rumo às cabeças. Vamô, Fluzão!  

ST