sábado, 29 de maio de 2010

Já basta de sofrimento

Tripulantes da nau vascaína,

Foi com orgulho que recebi, no início da noite de ontem, o convite para participar d’A Corneta Diária. Ainda mais para falar de um assunto que tanto prezo e do quanto gasto vida pensando, o Vasco da Gama. “Calções e camisas brancas com faixas pretas em diagonal, time de tantas glórias, à esquerda do seu vídeo”, como diria Alexandre Santos, durante alguma edição do “Gol, o Grande Momento do Futebol”, na Band. Muito obrigado a todos os amigos que escrevem por aqui, em especial ao Saldanha, com quem dividirei a honra e a responsabilidade de falar sobre o cruzmaltino.

E foi pensando nas narrações de Alexandre Santos (foto abaixo), que me peguei, dia desses, pensando em quanto tempo faz que não comemoramos a valer. Considero a última vez naquele 2000, que ganhamos a Mercosul, naquele histórico 4 a 3 frente ao Palmeiras, e que levamos o Brasileiro, diante do São Caetano, em um ano tão festivo, que teve que acabar em janeiro de 2001, com a conquista da João Havelange. “Mas, teve o passe de letra do Léo Lima em 2003, no Carioca, com aquele gol do Souza”, vão me dizer alguns. “Muito pouco”, eu replicarei. Carioca não se comemora pelas bandas da Colina, afeita a conquistas de campeonatos nacionais e internacionais.



E é isso que assusta nesta primeira década de milênio. As conquistas cessaram e nem os cariocas existiram após a vitória sobre o Fluminense em 2003. Glórias narradas em um passado, que conta com locução de Alexandre Santos, o gogó que mais cheira naftalina na tevê brasileira. Já basta de passado! Já basta de sofrimento! Queremos, novamente, títulos.

O time da virada voltou



E para dizer que não falei só de passado, incrível a vitória sobre o Internacional. Sob vários aspectos: o poder de superação, as feições do Roth moldando a cara do time, a recuperação de jogadores como o Coutinho e o Nilton... E mais importante do que tudo isso, foi importante ver o Vasco, novamente, como o time da virada, que não se entrega quando toma o primeiro gol, minha principal repulsa contra os times cruzmaltinos da primeira década de 2000. Espero que a vitória contra o Colorado reacenda a paixão pelos desafios e que os jogadores entendam o significado desta camisa. E que venha o Botafogo.

Joel é Carioca e não, Brasileiro

O torcedor vascaíno já devia saber e o botafoguense, também, que Papai Joel não é de Campeonato Brasileiro. O negócio dele é Campeonato Carioca. Sempre foi assim. E não será diferente em 2010. Ter salvado o Flamengo um par de vezes do rebaixamento é coisa pouca para um técnico de futebol. Portanto, amanhã, contra o Fogão, eu sou mais o Vasco. Ainda que o Dedé seja escalado e que o Dodô fique no banco. Ah, e o Jéferson cabe no time...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

E os reforços, quando chegam?

Caros Alvinegros,

Chega. Me cansei de teclar F5 nos principais sites esportivos, esperançoso por alguma notícia sobre a reunião agendada para hoje, que trataria das negociações do Fogão com Jobson e Brasiliense.

Aliás, estou me cansando, também, de esperar por um desfecho positivo nas negociações com o Hoffenhein para trazer o Maicosuel de volta pra General Severiano.

Duas boas opções para o ataque alvinegro que cairiam bem no time: Maicosuel chegaria para ser titular e Jobson teria que brigar por uma vaguinha no ataque.

Os dois nomes são pretendidos pelo clube que tenta, através de um grupo "fanático" composto por torcedores ilustres, intitulado "Companhia de Participações Esportivas", tornar real o contrato com esses dois jogadores.

Mas ao que tudo indica a famigerada "Companhia", criada para contratar jogadores jovens, de grande valor e potencial, vai nos deixar na saudade mais uma vez. E confesso que prefiro assim a trazer jogadores como Jean Coral (incumbiram quem de contratar? Minha esposa?). É de matar qualquer um do coração.

Não adianta plantar notícia na imprensa ou fazer turismo na Alemanha. O Botafogo precisa, urgentemente, de reforços, ou passaremos o campeonato inteiro torcendo para que nenhum dos três atacantes (Loco Abreu, Herrera e Caio) se machuquem, sejam suspensos por cartões ou se estapeiem em campo.

A bronca de quem pode

Cruzmaltinos desse planeta,

muito já foi dito pela imprensa esportiva. A crônica do jogo pelo Lédio Carmona foi perfeita, e não precisa ser repetida aqui. Logo, posso pular a parte da descrição e ir direto aos comentários. O primeiro, e mais importante: esse foi um time movido à bronca. Mas não a bronca dos trogloditas, sem propriedade. A bronca que valeu foi a bronca do sisudo Comandante Roth. O time, que estava apático, voltou elétrico no segundo tempo. Aliás, o placar adverso do intervalo poderia ter sido evitado se Ramon e Élder Granja não estivessem em campo. Os dois erraram tudo que tentaram. Ramon não tem sido o mesmo desde o jogo contra o Vitória. Parece ter confundido afobação com raça e distribui pernadas e correrias aleatórias. Se Ernani conseguir manter a pegada de ontem - não resolvendo, mas também sem comprometer - nosso xodó bem merece uma temporada no banco pra repensar seu futebol. Já Élder Granja é caso sério. O segundo gol nasceu de um passe errado dele. Que também empurrou a bola pra dentro no primeiro. Epa! Peraí, isso é repetição. Aconteceram as mesmas coisas com ele no primeiro jogo contra o Vitória. Já mostrou que não serve nem pra compor elenco. Sinceramente, estou preferindo o Jumar improvisado na lateral direita... Léo Gago é outro que não vem conseguindo se firmar, e Jéferson entrou ontem com uma vontade que não me surpreenderia se trocássemos 7 por 27 (futebol a gente sabe que ele tem - e eu digo isso aqui há muito tempo). Quem sabe não vai ser ele que vai esticar o jogo que o capitão Cazalberto e o prodígio Coutinho tanto conduzem? Cesinha foi outro que caiu bem no time, embora Dedé ainda continue sendo fonte de pesadelos. Enfim, como todo mundo já disse: o time já melhorou, mas ainda tem que melhorar muito.

Sobre a Torcida, o que me dói é ver que alguns vão falar que a vitória de ontem foi consequência da ação patética da Força Jovem. Repito: ganhamos APESAR deles, e não por causa deles. Quer protestar? Proteste. Mas proteste com fundamento, e na hora e local certos. Botar dedo na cara de jogador porque esse "afrontou" a torcida é coisa de débil mental.
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Na comunidade oficial do Vasco, no orkut, vejo que há uma rivalidade velada entre a FJV e a GDA. Quando se criticava a atitude boçal da Força, sempre vinha um e taxava o interlocutor de "Geração GDA" ou coisa do tipo. O pecado da GDA é ser uma torcida que não briga, não tem uniforme pois entende que o uniforme do time é o que nos une e apóia o time o tempo todo? Bem, se é esse o pecado, já é melhor do que as virtudes da Força.

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Que fique claro: não sou integrante de nenhuma torcida: sou sócio do Vasco da Gama, pago em dia e acho que isso já me faz vascaíno o suficiente.

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Próximo jogo é clássico. O time tem que entrar com o espírito do segundo tempo pra poder superar o Botafogo ardiloso de Joel Santana. Esse time já ganhou de 6x0 deles. É só acreditar.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Vagabundos

Cruzmaltinos desse planeta,

terça-feira de tarde. Enquanto nós estamos brincando de trabalhar, alguns "vascaínos preocupados" estão fazendo sua parte. Se o time não está rendendo em campo o que esperamos, talvez impedindo os caras de treinarem o faça melhorar. Afinal, Celso Roth assumiu o time há uma semana - já deu tempo de trabalhar o necessário com o elenco - e nosso jogo contra o Internacional é só na longínqua quinta-feira, e é fácil.
Não é a primeira vez que nossa torcida age assim. Procurando imagens para ilustrar essa coluna, achei notícias de uma outra ação desse tipo, em outubro de 2008. Todo mundo se lembra o quanto isso adiantou naquele ano.


E pros desesperados e chiliquentos de plantão, deixo as palavras sensatas de Lédio Carmona. Leia aqui.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vai com o dedo e com um pouco de desdém

2009 foi um ano mágico para o Flamengo. Isso todo mundo já sabe e está cansado ou com inveja de saber. Adriano foi fundamental para a campanha do Hexa e isso também é inegável. Da mesma forma, é bem provável que lutaremos para garantir uma vaga na Sulameringana em 2011 e só. Todavia, a saída do Imperador é mais do que necessária nesse momento se quisermos fazer valer a moral que nos resta com o título que ele nos deu ano passado. O cara não foi nem um tiquinho de espetacular este ano, salve o jogo contra o Flu. Além disso, suas desculpas esparrafadas foram das mais estapafúrdias e não dá para fazer a gente de bobo como tem feito o sujeito nos últimos meses. Quantas vezes dormi imaginando que ele iria participar dos jogos e no dia seguinte, pela TV, percebia que não estava relacionado. Uma frustração cotidiana neste 2010. A dúvida é uma das piores posições que qualquer pessoa pode ficar e no caso, ele só fez isso ou deixou que fizessem com ele. Sua não convocação não foi por conta da imprensa e sim, pela sua posição como homem.
Pelo futebol, é inimaginável conseguir alguém do seu quilate, porém futebol é muito além do momento. Agora é hora de concentrar esforços e reforços para que a casa não fique mais avacalhada do que está. O Flamengo é muito maior que qualquer sujeito e é sobre isso que devemos refletir nesse momento. E nada melhor do que agradecer ao cara pelo Hexa e deixar a porta fechada para esse tipo de profissional que brinca com o coração de uma nação a cada semana. Vai meu filho, vai pra Roma que lá tem o Papa e um monte de paparazzi para aporrinhar a sua vidinha convencional e nada movimentada.

- Sobre o Brasileiro -
Ontem o primeiro tempo fazia parecer que o time era bom, mas a etapa final mostrou que realmente estamos com muito medo para o resto da competição. Ganhamos de quem? E com quantos gols com bola rolando? Aliás, Juan tentou claramente cruzar a bola e ERROU!
#tempossombrios

Xampions Lig

Cruzmaltinos desse planeta,

dentro das possibilidades de comparação, o jogo Avaí e Vasco me lembrou a final da Champions League, entre Bayern e Inter. Lógico, temos que pensar que a folha salarial dos times brasileiros somadas não é suficiente para se pagar o salário do José Mourinho, treinador e mago do time de Milão. Mas, se levarmos isso em consideração isso, os jogos foram bem parecidos.
Como o Bayern, tivemos mais posse de bola que nossos adversários, atacamos mais e criamos oportunidades melhores até que as dos alemães: uma boa falta de Léo Gago, dois lances de talento de Philippe Coutinho - uma delas terminando no travessão - e uma bola na trave que o desequilibrado Rafael Coelho driblou o goleiro e acertou o pé da trave.
Porém, como em Madri, em dois lances bobos de contra-ataque, o time que se defendia fez o resultado. Não podemos falar que foi injusto - o Avaí teve competência nas finalizações, assim como a Inter. Mas pelo que o Vasco apresentou, pelo menos 1 ponto deviamos ter trazido de Florianópolis.

A evolução do time com a entrada de Celso Roth é visível. Nos primeiros 20 minutos de jogo o Vasco criou mais do que nas duas partidas anteriores. Porém, veio a ducha de água fria: uma chuva torrencial e um gol num vacilo. Depois disso, o time sentiu e demorou a se encontrar novamente. O gol foi uma obra de arte da lambança. A dupla de zaga errou no primeiro corte, cabeceando pra trás. Ramon comeu mosca, mas deu sorte que o atacante avaiano cruzou mal. A bola cai nos pés de Nilton, que tenta o bicão... para acertar Rafael Carioca e a bola cair nos pés do pés do centroavante do clube azul e branco. É uma mistura de vacilo, azar e incompetência, mas não sou a favor da crucifixão de nosso camisa 6, como vem acontecendo. Nílton podia ter saído jogando, mas pecou por optar pelo simples. Deu azar, acontece. O problema é que tem acontecido demais conosco.

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Embora tenhamos evoluído, o time ainda tem o dedo de Gaúcho. A insistência com Dedé - que não sabe quem marca - é fruto disso. Roth assumiu na terça de tarde. O time só deve pegar a cara dele nas últimas rodadas antes da Copa.

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O time de ontem, com a entrada de Carlos Alberto e Zé Roberto, pode ficar interessante. Muito se falou da escalação de Roth com 5 volantes, que seria uma retranca, etc. Esses desinformados foram os que se surpreenderam com o Vasco partindo pra cima. O time na verdade entrou com um 3-5-1-1, com Jumar improvisado na lateral-direita. Nilton entrou de zagueiro. Esse esquema tem tudo pra já render mais com a entrada de Césinha e a volta de Fagner. É esperar.

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Está rolando na internet uma campanha de "Vascaínos preocupados" pedindo "meu Vasco de volta". Sinceramente: vão todos se catar. Ao invés de fazer palhaçadinha no YouTube, se associem ao Vasco. É uma vergonha um clube do tamanho do Vasco ter menos de 12 mil sócios em dia. No vídeo do protesto, só vi tio de Cadeira Branca e torcedor de playstation. Façam a parte de vocês antes de atacarem o clube. Esse dinheiro está fazendo falta e vocês só reclamam!

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Aliás, o desespero da torcida está irritando. Tivemos três rodadas e já tem gente falando em rebaixamento. Alguém sinceramente acha que o Grêmio vai cair pra segundona? E que o Ceará vai pra Libertadores? Tenham dó! É chilique demais!