quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quinta-feira movimentada

É inegável a frustração por mais uma lesão do luso-brasileiro. Desde que chegou ao Flu, essa vem sendo a sina do jogador, muito mais útil no marketing do que em campo (aqui em Recife, pelo menos 50% das camisas do Flu que vejo nas ruas tem o 20 nas costas e o nome do meia). Nesse brasileiro, pela primeira vez, Deco vinha sendo importante também dentro de campo. Principalmente após a saída do Conca, havia assumido a criação no meio de campo e vinha (finalmente) mostrando um bom futebol. A nova lesão vem como uma ducha de água fria... Sinceramente, acho que a aposentadoria é a melhor saída pro clube e pro jogador.

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Nova roupa: Gostei da nova camisa 3. O desenho é simples e elegante, o dourado combinou bem com o grená e a homenagem ao estádio das Laranjeiras me pareceu uma ótima idéia. Tudo bem que podiam ter preservado o escudo tradicional, ou retirado o patrocínio nas mangas. Mas o balanço é positivo.

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Embalos da terça-feira à noite: Longe de mim dar razão a ameaças de torcedores a jogadores. Mas não dá pra tapar os olhos a mais essa do Fred. Foi só elogiar que ele fez m... Espero que a diretoria puna o jogador de alguma forma.

Aliás, não consigo entender isso. Eu sou funcionário público (que todo mundo diz ser uma esculhambação). Mas, se falto ao trabalho sou descontado no fim do mês. No mês passado, Marquinho pediu pra não jogar contra o Coritiba. Agora, o Fred não quis jogar. Vai ter desconto no holerite?

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Também não dá pra esquecer o He-Man. Tudo bem que ele não faltou ao jogo. Mas, a nutricionista do clube tem que chamar a atenção dele. Quatro refrigerantes! Onde é que já se viu...

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Ah! E teve jogo também. O time (só) de Guerreiros enfrentou o Inter no Engenhão. O primeiro tempo foi chatíssimo, com apenas uma cabeçada do Gum e um pênalti não marcado no Marquinho como destaque. No segundo tempo, o Flu passou a valorizar mais a posse de bola e a jogar no campo do adversário, embora sem grande criatividade. E como tanto bate até que fura, um cruzamento acabou achando o Souza livre pra marcar. Logo depois ainda teve mais um pênalti não marcado pro Flu e um pênalti pro Inter (só pra consagrar nosso camisa 12). Já no final, o terceiro pênalti pro Flu, esse sim marcado e convertido.

Se tecnicamente o time não foi brilhante, taticamente o tricolor já me parece mais consistente. O time já está ficando com a cara do Abel. Isso ficou claro depois do primeiro gol, quando o Inter tentou pressionar o Flu, que não se abalou e soube controlar bem o jogo.

Flu 2 a 0, abraços na mãe e no pai.

ST

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A ignomínia

Cruzmaltinos desse planeta,

eu me lembro da primeira vez que senti vergonha do Vasco. Infelizmente, não foi a única. Felizmente, também não foram muitas. Mas a primeira vez fica para sempre. Eu tinha acabado de fazer 9 anos e estava começando a tentar entender as rocambolescas reviravoltas dos bastidores do futebol brasileiro. O regulamento daquele Campeonato Carioca de 1990 também era dose pra leão. O Campeão da Taça Guanabara pegava o vencedor da Taça Rio e, se houvesse uma equipe que não essas duas que pontuou mais ao longo do torneio, esta faria uma final contra quem venceu o jogo dos campeões de turno. Entendeu? É confuso mesmo, releia aí... Pois, aconteceu isso tudo e o Vasco foi campeão do estado extinto, o Flu venceu o troféu da cidade e o Botafogo somou mais pontos nos dois turnos. O Vasco bateu a turma do laranjal na primeira final e foi enfrentar a cachorrada na final final. É! É bizarro mesmo... Mas o pior estava por vir. O clube das viúvas do Garrincha venceu por 1x0, mas até aí, tudo bem. Derrotas acontecem. A vergonha começou depois do apito do juiz. Inconformado com o resultado do jogo, o nosso ex-presidente, ex-croque e ex-telionatário Eurico Miranda tentou forçar uma prorrogação no tapetão. Como os Buatafoguenses eram realmente os campeões de direito, eles não toparam a manobra e deram a volta olímpica com a taça. Mas aí veio a cereja do bolo da vergonha: o sapo-cartola obrigou nossos jogadores a darem uma volta olímpica... com uma caravela de papelão de algum torcedor geraldino. É claro que aquilo foi motivo de chacota. Não existe nada pior que um mau perdedor, e foi nisso que aquele dirigente do charuto no transformou naquela noite.


Porque volto nesse assunto hoje? Afinal de contas, estamos bem na tabela, com uma gestão bem conceituada, que vem conseguindo limpar a mácula da passagem de Eurico pelo club da colina... Porque lembrar? Na última sexta-feira, 29 de julho, o lamentável fato completou 21 anos. E parece que o opróbrio daquele dia reluta em ser apagado. Ainda ontem eu escrevi nesse espaço que eu tinha a impressão de que a oposição tentaria alguma coisa para tumultuar as eleições de amanhã. Pois hoje veio a notícia: uma das chapas de oposição retirou sua candidatura, enquanto a outra decidiu fazer pirraça e não participar do pleito. Com isso, eles pretendem esvaziar um processo que se mostra claramente desfavorável para o lado deles. Afinal, a ideia do grupo que quer voltar ao poder é disputar as eleições num momento de crise, quando o time estiver na parte de baixo da tabela e os torcedores insatisfeitos com a gerência do Gigante... Porém, como eles vão querer derrotar o Presidente-Ídolo num momento que o Vasco conquistou um título de grandeza nacional e está a apenas 4 pontos do líder... Por isso, a tática deles é badernar, é transformar a eleição em circo, é arrastar o resultado na justiça por semanas, quiçá meses...

Não sei porque, mas parece que estou vendo aquela caravela de papelão saindo do túnel, carregada por Eurico Miranda, Pedro Valente e companhia...

domingo, 31 de julho de 2011

Flamengo x Santos na latinha


Na segunda, rumei para Lapinha, um arraiá de Santana do Richo, na Serra do Cipó, a cerca de 400 km de Juiz de Fora e uns 100 Km de BH. Muitas montanhas maravilhosas, estradas de chão passando por locais bem mais puros que o capitalismo cotidiano pensa em me ofertar na cidade. O tempo todo, em meu íntimo fui pensando no confronto de quarta-feira. Sabia que não iria ficar em pousada que oferecesse canais a cabo. Também percebi que a galera local, sem qualquer sombra de dúvida, torcia ou para Cruzeiro ou para Atlético. Normal.
O lugarejo fica próximo a uma represa construída há décadas. E ao mesmo tempo,  é servido com serras de pedra maravilhosas, cachoeiras e uma vegetação diferente da que estamos acostumados na zona da mata de Minas. O vento em Lapinha da Serra, seu nome completo, canta forte, nesta época de inverno. Não sou especialista, mas parece a brisa do lago indo e voltando, do entardecer até o meio-dia. Porém, incrivelmente, o local onde fiquei hospedado, apesar do canto das árvores, fazia menos frio do que o som anunciava lá fora. Era uma casa bastante simples, porém confortável até com geladeira e fogão, além de banho quente e rede na varanda. Sem conexão externa. Concentração na natureza, na revisão dos hábitos e energização para o semestre que iria começar.
É claro que não tive qualquer força para esboçar, "mulé, vou lá fora nessa ventania ver se encontro uma TV que passe o Flamengo". O vento tava muito forte e fomos para casa cedo. Olhei para o relógio algumas vezes. Cheguei a marcar num bloco de notas: 18:12, 18:35, 19:01, 19:44, 22h14. Me distraí e o jogo que tinha tudo para ser bom, já tinha começado. Antes da partida, tentei explicar pra Nina que era um momento especial, que o pessoal dos Santos podia querer crescer sobre o Fla, por conta do fiasco sepulcral da seleção brasileira etc etc. Não é totalmente, mas parecia vento passando. "Cê vai ver onde", perguntou, "po, não vou ver. Vou ouvir, fiz uma gambiarra no rádio do carro e vou ouvir a Rádio Globo". Na falta de um clipes, usei uma argola de chaveiro para contruir uma antena de recepção - a original não estava no lugar  Já tinha passado muito tempo ouvindo jogo pelo rádio na juventude. E raciocinei que a transmissão deve estar bem mais evoluída que naquela época. E no alto da montanha, tinha certeza que os 1220 iriam pegar. E falo que foi uma transmissão limpa e somente em alguns momentos, perdia volume e ía lá embaixo, parecia que  sairia do ar, mas voltava.
Quando liguei o rádio, o Garotinho demorou para falar o placar. Só soube praticamente quando o juiz apontou o penalti de Willians em Neymar. Depois dos 40'. Pela transmissão, fiquei achando que tinha havido rebote na cobrança. Só depois na TVque entendi direito o lance. Imaginei também que se tivesse ligado mais cedo, no início da partida, seria bem provável que ficasse puto e fosse para as cobertas. Mas Iansã, deusa dos ventos me conduziu por um encanto para os melhores momentos da partida e em um estado diferente da maioria das impressões contemporâneas desse espetáculo que é o futebol. Gérson, disse que pelo VT não tinha sido falta. Acho que foi, mas fora da área. Enfim, ainda bem que foi penalti, ainda bem que o Brasil tem Elano e o Flamengo o humor do Filipe.
Em seguida, o gol de Deivid. No intervalo, entrei em casa e expliquei pra Nina o que estava acontecendo. E ela sorriu, mais até pela minha empolgação do que pelo emocionante da partida. Lembrei do pai dela. Sá Chica devia estar chocado com a zaga do mengão e seu coração a mil. Voltei pro carro a tempo de ouvir os gols. Como haviam sido seis, o intervalo só repetiu dois - imaginei que o tempo deveria estar contadinho e não dava pra por os outros. Foram muitas emoções para um tempo só. Comentários e conversa pra caramba. No segundo tempo, apesar do gol de Neymar, já estava satisfeito de não ser 3 x 0. Ouvi, antes da falta inesperada, o Garotinho dizer "é esse o Ronaldinho que todo mundo quer". Foi no lance em que entortou o soldado de Murici. Gérson, já havia alertado para a proeza e criatividade do craque naquele tipo de cobrança. O canhota pensou em todas as variáveis, inclusive em uma que ele tinha cobrado pelo Barcelona, pelo lado da barreira. Para ele, o melhor seria por cima da barreira mesmo. Deu no que deu. Ronaldinho driblou até o tricampeão, exxxxpecialista.
Ainda fiquei emocionado ao ouvir uma tabelinha Neves-Gaúcho em um templo que serviu de narração para Pelé e Coutinho. E no fim, quase um 6 x 4.
Desculpem o excesso de palavras e talvez a falta até de uma emoção mais autêntica, todavia tem momentos e coisas que não ainda que as palavras saem diferentes. Ouvir o jogo no carro me garantiu um momento duplamente único ou completamente ímpar. Apesar de quê, se for para acontecer o que aconteceu, prefiro cancelar o Sportv.


p.s.: só uma coisa me assusta. Jogo na rádio parece camisa de time do interior: tem mais anunciante do que partida. É exagero, mas tem hora que enche o saco.

O aguerrido camisa 9

Amigos tricolores,

Não tivemos, na tarde de hoje, uma atuação das mais brilhantes. Depois de uma primeira etapa ruim, conseguimos tirar proveito das facilidades que apareceram (o jogo era difícil até a expulsão justíssima de um eqüino cearense) e goleamos o adversário. Mas eu quero falar aqui de um personagem um tanto polêmico do nosso elenco: o nosso capitão.

Meu pai costuma dizer que o Fred é um dos maiores lobistas do futebol brasileiro. Tem lá sua parcela de verdade. Nosso atacante gosta de chamar os holofotes pra si, e por isso conta com a simpatia de boa parte da imprensa, que precisa de notícias para encher as folhas dos jornais. Outra parte da imprensa, a conhecida Fla-Press, gosta de malhar nosso jogador, muitas vezes pelo mesmo motivo.

Claro que também há críticas justas, que se referem a suas seguidas contusões, seu alto salário e sua vida noturna agitada, por exemplo. Até concordo em parte com essas críticas. Mas acho que o jogador tem outras qualidades importantíssimas pra equipe, que não podem ser esquecidas.

Fred é um jogador diferenciado. É claro que tem fases boas e más. Porém, no elenco atual, é dele (e do Deco) que podemos esperar algo mais, como uma tabela bem feita, um passe de primeira, etc. Do resto podemos esperar muita dedicação, empenho, mas nada de brilhantismo.

Fred também é o líder do atual elenco. Na Libertadores deste ano, muitos torceram o nariz e disseram que ele mandava na equipe. Ora, se manda é porque deixam mandar. Eu conheço muita casa onde quem manda é o cachorro. Os donos da casa são tão fracos, tão indecisos, que é o mascote que decide a hora de acordar, a hora de comer, que móveis ficam ou não na sala... Nesses casos, não adianta mandar o bicho pro canil. Além disso, não podemos esquecer que essa liderança sobre o grupo foi fundamental na arrancada de 2009, quando ele chamou a responsabilidade pra si e tirou o peso das costas da equipe.

Fred é um jogador de grupo. Prova maior disso, tivemos na Copa América. O atacante podia ter livrado sua barra, convertido o seu pênalti... Mas não, isso seria egoísmo, coisa de ¨traíra¨. Se três companheiros já haviam desperdiçado suas cobranças, ele tinha que solidarizar-se.

Mas, acima de tudo, nosso camisa 9 é um valente. Não foge de cara feia, não tira o pé de dividida. Pode parecer pouco, mas no futebol atual, cheio de ¨craques¨ que passam mais tempo no cabeleireiro do que treinando, faz toda a diferença. Inclusive, foi essa a característica que o levou de volta a seleção. O Mano sabe que, na hora que a coisa encrespar, o Pato pode virar um ensopado.

O time inexplicável

Cruzmaltinos desse planeta,

não dá pra entender nossa equipe... No meio da semana, fica martelando a meta do Bahia, consagrando o goleirinho mulambo deles e sofrendo pra empatar no último segundo de jogo. Aí vem o final de semana e enfrentamos o poderoso tricolor paulista: vice-líder, fora de casa, com um tabu de 22 anos sem vencer os bambis no morumbicha em campeonatos brasileiros... E sapecamos 2x0 neles! Realmente, a impressão que tenho é que desse time do Vasco podemos esperar qualquer coisa. Até o título.

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E o time continua superando as minhas expectativas. Com a vitória de hoje, chegamos aos 24 pontos, dois a mais que os 22 que eu esperava ter hoje...

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A convocação fez bem demais ao Dedé. Hoje jogou como um leão, não dando oportunidades aos atacantes tricolores... Desse jeito, fica cada vez mais difícil segurar o mito na Colina...

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Outro que vem se destacando é Diego Souza. O banco parece ter feito bem ao nosso camisa 10, que vem se mostrando um excelente jogador quando tem a bola nos pés. Domínio perfeito, boa visão de jogo... Um meia que seria titular em qualquer clube brasileiro.

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Será que Monsieur Gomes não vai rever sua posição em relação à lateral-esquerda? Hoje, até Jumar, jogando improvisado, foi melhor do que o Márcio Careca. Aliás, na quinta-feira ele errou tudo que tentou e ainda conseguiu tomar um vermelho infantil no fim do jogo. E será que foi por acaso que o gol saiu logo que ele deixou o gramado?

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E o desembargador Adolpho Andrade Mello decidiu por manter a realização das eleições para a presidência do Vasco para a próxima terça-feira, dia 2 de agosto... Porque será que eu tenho a impressão de que a luta está só começando, e que a oposição ainda tentará muitas artimanhas para evitar a inevitável vitória da chapa que trouxe o Vasco para o topo novamente?