quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Natal (e duas dicas de NÃO-presentes)

Cruzmaltinos desse planeta,

não estranhem a nossa ausência. Como eu já disse, essa época do ano é pródiga em boatos e pobre em notícias realmente confiáveis. Pra ficar comentando "Fulaninho vem", traçar como o time fica com a escalação de Fulaninho e no dia seguinte falar "Fulaninho não vem mais", é melhor tirar férias.
Então, com esse post eu aviso os nossos 3 leitores que voltamos ali pelo dia 10 de janeiro, já pensando no Carioca. Aproveito e deixo também um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos, em nome da redação do Corneta Diária.
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Já que peguei pra escrever, vou dar duas dicas do que NÃO dar de presente para um torcedor vascaíno. Sim, eu sei que já é dia 23 de noite, mas ainda resta um tempinho para - se você comprou - trocar a lembrancinha por um lenço ou uma meia.
Me enche de tristeza, mas tenho que "DESindicar" o livro de Aldir Blanc "Vasco - A cruz do Bacalhau". O livro faz parte da coleção "Camisa 13", em que grandes escritores escrevem sobre seus times do coração. Ideia ótima, que já deu certo para vários clubes. Infelizmente, não para nós. O livro começa bem, quando o compositor narra com entusiasmo a fundação do Club e sua entrada no futebol. Essas partes nos fazem acreditar que estamos diante de um clássico, uma obra com potencial para virar livro de cabeceira, daqueles que relemos com gozo. Mas, em algum momento, tudo muda. Aldir sofre de um irremediável passadismo e de uma falta de visão que somente encontramos nos descrentes.
O livro é escrito em 2009 e tem um tom derrotado. Talvez como um biografo que acha que vai ganhar mais expondo escândalos obscuros do que enaltecendo o biografado. Chega ao absurdo de dedicar um capítulo para as derrotas recentes para nosso arqui-rival e um com piadas que sacaneiam o Gigante da Colina. Pra que? Talvez por esquecer de uma frase do Veríssimo que ele mesmo cita:
"É preciso lembrar sempre que o Vasco da Gama não é o Eurico Miranda: é sua história e suas glórias(...)"
Por mais que se odeie (e eu também odeio) o ex-dirigente, não podemos deixar esse ódio nos cegar. E aí vem o passadismo.
O livro fala 1000 vezes do atacante Walter Marciano. Até aí, nada contra. O jogador marcou a infância de Aldir, foi artilheiro no jogo que o fez vascaíno. Eu mesmo tenho um apreço talvez desmedido por jogadores que marcaram minha infância, como o meia Bismarck. Mas daí a escrever um livro sobre a história do Vasco e não falar dos brasileiros de 89, 97 e 2000, nem da Libertadores de 1998 ou da Mercosul de 2000... Isso é imperdoável. O ódio que o autor nutre pelos volantes de contenção só deixa claro que Aldir é um cara que não sabe ver o futebol de hoje. É uma viúva dos ponta abertos, sem necessidade de marcar ninguém.
O livro de Aldir é mal-amado. O poeta usa mal o espaço que lhe foi dado. Ao invés de fazer do livro um incentivo, mostrar que dias melhores virão, que o Vasco é gigante e não vai ser um tropeço que o diminuirá, faz uma obra para ser usada contra nós, uma bomba com motivação política, um míssil daqueles que acertam alvos civis.
Enfim, pegue os R$35,00 do livro e pague a associação na modalidade Torcedor Vascaíno (http://www.ovascoemeu.com.br/) para seu Vascaíno amigo. Lugar de Cruz-maltino é apoiando o clube.
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Ah! E o segundo presente de grego? Bem, esse não tem jeito... Já ganhamos.