sexta-feira, 1 de julho de 2011

A culpa é sua!

É, amigo leitor, não adianta fingir que não é contigo: a culpa é sua! Ou pelo menos, a culpa também é sua! Toda vez que você compra um produto pirata, ou uma bobagem qualquer, sem se importar aonde ela foi feita, você está contribuindo pra isso. Você pode até ficar feliz naquele momento, já que provavelmente economizou uns cruzeiros, mas se esquece que seu esse ato tem outras conseqüências. Esse produto, certamente made in China, foi produzido por trabalhadores que recebem uma miséria e não tem quase nenhum direito trabalhista. Além disso, você está contribuindo pra desindustrialização do Brasil e pro progresso da economia dos amarelos, que não respeitam as liberdades individuais, os direitos humanos e, pior ainda, compram nossos jogadores.

Conca deixa o Flu com 210 (ou 211, não tenho certeza) jogos. Não ultrapassa, portanto, os 215 jogos de Romerito, o estrangeiro que mais vezes defendeu o tricolor.

Ainda sobre isso: Dizem que o contrato será a realização financeira do nosso craque. No Flu ele só recebia R$ 500 mil por mês, fora os bichos e seu contrato com a Topper. Uma ninharia!

Lembra? Em 2005, o volante Marcão recebeu uma proposta irrecusável de um time do Oriente Médio. Deixou o Flu no meio do Campeonato Brasileiro e, menos de dois meses depois, já estava de volta. A realidade não correspondia com o que lhe haviam prometido. Quem sabe não acontece novamente?

Confesso que não posso opinar muito sobre o jogo de ontem. Assisti apenas por dever cívico, quase dormindo, com um olho meio aberto e o outro meio fechado. Talvez por isso, não entendi o Abel. Com o jogo dominado, 3 a 0 fácil, ele tirou o único atacante do time e um meia e pôs 2 volantes! Se alguém entendeu, por favor me explica.

Legal a reação do Ciro em seu primeiro gol. É a emoção de um jogador que era dado como craque no começo da carreira e acabou no Flu envolvido em uma troca pelo Willians! Quer desvalorização maior do que essa?

No fim de tudo, sabemos que, com ou sem nosso craque, o Fluminense segue firme. Como já dizia Nelson Rodrigues, o Flu tem vocação para a eternidade. A razão disso, e também de todo o meu sono, vocês podem ver na foto abaixo, dormindo com minha companheira Cristina. Esse mais novo tricolor é Iberê, meu primeiro filho, nascido na quarta, dia 29. Viva a vida!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vamos acabar com a firula

Não me lembro de ter visto aquele zerinho ali na tabela do Brasileirão por tanto tempo. Permitam-me os entusiastas das estatísticas, mas usando a minha falha memória, realmente, não recordo de sete rodadas sem derrotas. A última vez que isso aconteceu foi em 2008, quando, na minha opinião, o Fla teve o melhor elenco dos últimos anos e só não se sagrou campeão em função de barbeiragens do Caio Júnior que insistiu na mula manca do Jaílton e em outras situações ridículas. Mas no ano, conseguimos ficar cinco rodadas invictos, perdendo, justamente, para o São Paulo, na sexta partida.
Apesar desse entusiasmo natural com a invencibilidade, seria débil pensar que estamos numa espécie de oásis. Até por que ainda não ganhamos de nenhum time significativamente grande como Cruzeiro, Santos ou Internacional.
O Estadual foi uma piada e as vitórias magras ou nos pênaltis não encheram os olhos da nação, assim como ganhar desses clubes médios já não fazem muito diferença. Da mesma forma, no atual certame, ganhamos do Avaí (quem?), das galináceas de Bê Agá e agora do coelhinho tímido de segunda. Ou seja, se é para acreditar que realmente estamós com tudo, temos que arrebentar com esses ditos bambambans do futebol brazuca. E com o R10 jogando um bolão, com sorriso no rosto e defenestrando os críticos, vamos engolir com suavidade e brilhantismo esse monte de clube que acha que joga futebol, mas que faz mesmo, é firula pra imprensa.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A Aula

Cruzmaltinos desse planeta,

não se desesperem com o resultado, não tirem as calças pela cabeça, também não foi pra tanto. Tomar 3x0 em casa é sempre horrível, ainda mais após dominar completamente o primeiro tempo. Levamos um gol de escanteio - sem tomar chute a gol antes - num vacilo da zaga que deixou o Leandro Guerreiro subir sozinho. Os outros dois vieram nos acréscimos, quando o time já tinha partido pro "tudo ou nada", em contra-ataques inevitáveis. É claro que vamos ficar putos. É claro que queríamos a vitória, sobretudo pelo que jogamos, mas eu sabia que era um jogo difícil e a derrota estava na minha conta dos 73 pontos. Analisemos então o que teve de positivo no jogo: a aula de futebol de Papai Joel.
Sou fã do Natalino desde sua passagem pelo Vasco no início dos anos 90. Sua filosofia "palhaçadinha zero", um futebol extremamente pragmático, sério e, acima de tudo, vitorioso. "Ah! Mas não tem viço!", dirão as viúvas de Cruijff e barcelonistas frustrados, ao que eu responderei "foda-se!". Futebol não é balé. Futebol é um esporte que permite dribles, passes, cruzamentos, fintas, mas que no fim premia quem faz mais gols e, principalmente, quem toma menos gols. Já diz a máxima do esporte: "Um bom ataque ganha o jogo. Uma boa defesa ganha o campeonato". Isso é o que o UruCuca nunca entendeu, e por isso ganha troféus imaginários de "Time com o futebol mais bonito do campeonato".
O brasileiro não entende bem essa lógica do jogo. Insiste com a coisa do "futebol-arte", do "futebol-bailarino"... Chegam ao ponto de louvar a geração derrotada de 1982 e se envergonhar dos tetra-campeões de 1994. Temos que parar com isso. Se o ponto forte do Vasco é a zaga, porque não jogar em cima disso? Porque não montar um time que pode até não vencer sempre, mas que jamais cede gols aos adversários? A Alemanha já ganhou 3 copas assim, e a Itália outras 4... Avante, Catanazo Cruzmaltino!

...

Agora, comentemos nosso time. Eu já falei, cansei de repetir, venho aqui novamente falar: Éder Luís é ruim demais! No futebol moderno, é cada vez mais difícil criar jogadas... Não pode um jogador de ataque desperdiçar 3, 4 oportunidades por jogo. Hoje a ruindade foi ainda maior... O Chico Bento velocista chegou ao cúmulo de dominar a bola e, ao sair correndo, esquecer a pelota pelo caminho... E fez isso mais de uma vez! Nosso esquema tático é extremamente dependente de um jogador velocista, por isso mesmo é uma temeridade colocarmos a responsabilidade de resolver nossos jogos nos pés de um jogador BURRO! Ainda bem que os boatos dão conta de jogadores sendo observados para essa função...


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma questão de postura

Cruzmaltinos desse planeta,

não me agrada ver o Vasco acuado. É claro que ganhar de 1x0 é um resultado satisfatório, e eu sempre vou pegar uma vitória, venha como vier. Mas não dá pra ter um time com o nosso potencial, fazer um gol e se trancar todo na defesa, ainda mais contra uma equipe como a do Atlético Goianiense.
O Dragão do Centro-Oeste faz parte do seleto grupo de equipes que trazem em suas camisetas uma etiqueta estampada "6 pontos". Qualquer time que deseje algo sério num campeonato brasileiro tem a obrigação de vencer os rubro-negros de Goiás - dentro e fora de casa. É o caso também de Atlético Paranaense, Avaí, Ceará e América Mineiro. São times que se darão por satisfeitos se conseguirem escapar do quase inevitável rebaixamento.
O gol relâmpago do maestro Felipe nos colocou em uma trincheira que parecia que jogávamos contra um combinado dos jogadores combados dos video-games futebolísticos, e não com um time do grupo dos 6 pontos. Quem acabou saindo consagrado foi nosso arqueiro Fernando Prass, como se enfrentássemos um ataque de Allejo e Janco Tianno!
Como diz o título, o problema não é de resultados, é uma questão de postura.


***

No início do campeonato, fiz uma previsão rodada a rodada das possibilidades do Vasco, sem vacilar. Se não trepidarmos, chegaremos aos 73 pontos, número que nos coloca entre os dois primeiros de todas as edições que foram disputadas em pontos corridos com 20 clubes. No entanto, já vacilamos perdendo pontos pro Figueirense, e precisamos compensar isso. Nos próximos 3 jogos, são três pedreiras, e eu esperava somente 2 pontos. Uma vitória em casa contra o Cruzeiro no colocaria de volta para o trilho do penta-campeonato.

***

Por favor, Dona Fifa. Você, que já proibiu as camisas com mensagens religiosas e as incitações à violência, faça um bem ao futebol: proíba a comemoração do João Sorrisão. Nós, torcedores, agradecemos.

***

Hoje o nome ventilado em Sanjanu foi o do zagueiro Anderson Polga. Embora não seja um craque, o perfil me agrada. Experiente, sério, vencedor... Se vier pra somar ao elenco, sem estrelismos, não tenho dúvidas que é uma boa aquisição...

domingo, 26 de junho de 2011

Coração de torcedor

Se tem algo que me irrita, é quando alguém diz que os torcedores são “clientes do espetáculo”, e que em nome disso devemos ter estádios com ar-condicionado, lojas, poltronas, e etc. Uma ova! É claro que precisamos tratar bem o torcedor. Mas, tratar bem, para mim, significa ter acesso rápido ao estádio, um horário legal para o jogo (que, definitivamente, não é 10 da noite), alguma facilidade pra comprar os ingressos e cerveja gelada antes e DURANTE o jogo. Tudo isso, com segurança e a preço justo. Só. O resto é frescura, coisa de quem nunca entrou em uma arquibancada é quer estragar o divertimento dos outros.
Mas não quero tratar aqui das reformas dos estádios brasileiros, ou das exigências absurdas da Fifa. Hoje, eu quero falar da lógica que guia o coração do torcedor. Eu confesso que já fiz muita promessa pelo Flu. Já raspei a cabeça, assisti a jogos de joelhos, e me impus diversas outras privações em nome de alguma vitória (uma cláusula de sigilo me impede de contar maiores detalhes). Sempre acreditando que o meu sacrifício empurrava o time pra frente.
Também já aconteceu de algum compromisso inadiável me impedir de assistir a algum jogo importante. Em 2005, por exemplo, no momento da final do carioca, contra o Volta Redonda, eu fazia a prova de um concurso público. Nesses casos, o que faço é me dedicar 100% a minha tarefa, esperando que os jogadores tricolores também façam o mesmo.
Acho que foi esse o caso hoje. Foi essa devoção de torcedor que deu a vitória ao Flu. Isso porque, havia em campo, vestindo a camisa tricolor, um jogador dividido. Cabeça, tronco e membros em campo, mas o coração longe, angustiado. Porém, se enganam aqueles que crêem que um atleta nessas condições rende menos. Nosso herói, pelo contrário, se agigantou. Se desdobrou em campo em uma doação empolgante e comovente. Marcou, criou e brigou como um verdadeiro guerreiro. Correu não apenas para suprir a ausência de seu companheiro expulso. Correu na esperança de que, bem longe dali, os jogadores de seu time do coração fizesse o mesmo.
Não fizeram.
A torcida tricolor agradece ao Conca por mais um dia de alegria, e se solidariza com sua dor.