sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Foi bonita a festa, pá...


Tricolores e hereges de outras cores, 

Era pra ser só alegria. Mais um título brasileiro, recordes e etc. Nos bastidores, um aguardado programa de associação e melhorias na sede das Laranjeiras. Tudo isso contrastando com o caos administrativo e técnico em que se encontram nossos rivais. Fim de ano perfeito, não?

Não. Infelizmente não é bem assim. 

Torço muito pela administração atual. Não escondo. Acho que, apesar dos títulos, a gestão anterior, do Horcades, foi terrível para o clube. Até por isso, tenho grandes expectativas no trabalho do Peter. 

Mas a realidade teima em me desapontar. 

Primeiro foi a presença de Leandro Campinho comandando a festa do Tetra nas Laranjeiras. Para quem não lembra, Campinho agrediu Diguinho, ao invadir um treino em 2009, e ano passado perseguiu e ameaçou Fred, em um episódio que quase tirou o atacante do Flu. O que justifica sua escolha como mestre de cerimônias? 

As filas pelos ingressos do jogo de domingo também são inaceitáveis. A venda pela internet não funciona como devia, nas bilheterias desorganização, falta de informação, cambistas agindo livremente e desrespeito ao torcedor. A repetição de 2008 e 2010.

Diz a diretoria que tudo se resolverá com o novo programa de sócios. Será? Se na primeira semana, o site para cadastramento de novos sócios já entrou em parafuso. (Ainda sobre o novo programa sócio-torcedor: não entendi a limitação de 6 mil novos sócios. Título Brasileiro, Natal, 13º, vaga na libertadores, não era o momento de aproveitar a euforia para uma associação massiva?) 

O CT ficou pro fim ano que vem (será?). O equilíbrio das contas (prometido para esse ano) também não será atingido, mesmo com a venda do Wallace ou de mais alguma jovem promessa. O desrespeito do fornecedor de material esportivo com o clube continua o mesmo (o caso das camisas numeradas foi emblemático). E até a relação com o patrocinador não parece ter mudado tanto (basta ver as especulações de contratações para o próximo ano). 

Ainda acredito na atual administração. Mais do que isso, torço por ela. Apesar de não gostar de seu discurso “modernizante”, acho que ela tem muito a contribuir pro clube. Mas, confesso, já não sou tão otimista quanto antes. 

Já murcharam tua festa, pá 
Mas certamente 
Esqueceram uma semente 
Nalgum canto de jardim 

PS.: Pro ano acabar melhor, não custa torcer pela reeleição da Patrícia Amorim na Gávea. Isso sim seria uma boa notícia. 

ST

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Los caballeros de la angustia


Fiéis tricolores e hereges de outras cores,

A anti-notícia do fim de semana foi o tetra do tricolor. Digo anti-notícia porque não houve nenhuma surpresa nesse fato. Eu já havia vaticinado esse título na primeira rodada, e até mesmo os mais pessimistas torcedores já tinham vestido a faixa de campeão. A única pendência era saber se seria essa semana ou nas próximas.

Ainda assim, mesmo com toda a superioridade traduzida nos números, ainda apareceram uns “especialistas” desfazendo do melhor campeão da história. Primeiro era a arbitragem. Depois, quando os fatos desmentiram qualquer teoria conspiratória, passaram a valorizar o futebol dos nossos rivais em detrimento do Flu. A ladainha é sempre a mesma, “venceu sem convencer”, “o futebol do (Atlético, São Paulo ou Grêmio) é mais bonito, mais empolgante”, e por ai vai. Pura dor de cotovelo de quem não consegue ver o óbvio: o Fluminense atual é um daqueles esquadrões raros, marcados para vencer, e será lembrado em conversas de bar por décadas e mais décadas.

Para quem não entende a proposta de jogo do Flu, vale uma pequena palestra histórica. Já disse aqui que o Fluminense atual tem a cara dos grandes times argentinos, com muito aguante e frieza. Eis que, após essa crônica, encontrei-me com a seguinte passagem no livro Vencer ou Morrer, de Gilberto Agostino:

“Em Buenos Aires, La Máquina, como ficara conhecido o time do River Plate nos primórdios dos anos 40, fora encarada como uma das maiores equipes do mundo em sua época, contando com um esquema de jogo mágico e astros do porte de Muñoz, José Manuel Moreno, Adolfo Pedernera, Angel Labruna e Loustau. Para os torcedores, estes ficariam na lembrança como Los caballeros de la angustia, capazes de dominar o jogo por todo o tempo, mas ganhar por um placar apertado, geralmente com a diferença de um gol, deixando represada a sensação da vitória até o apito final.”

Assim foi o Flu. Eficiente, midiático (capaz de segurar audência mesmo em um jogo fácil, como o de ontem), traiçoeiro. Mas acima de tudo, TETRACAMPEÃO!!!! QUE VENHA O PENTA!

ST