sábado, 25 de agosto de 2012

A camisa faz diferença

Tricolores e hereges de outras cores,

Recentemente levei minha sobrinha para ver um jogo do Flu. Intrigada com os palavrões e impropérios que eu gritava a todo instante durante a partida a menina, no alto dos seus 8 anos, me indagou: 

- Porque você grita tanto? 
- Quem você acha que ganha o jogo? Devolvi a pergunta. 
- Os jogadores. Me respondeu. 
- Pois te enganas. Nós, aqui da arquibancada, ganhamos os jogos. Os jogadores apenas seguem nossas ordens. 

Cito esse diálogo real para exemplificar que, certas coisas, só não são óbvias para crianças de 8 anos de idade. Qualquer um que tenha mais de uma década de vida deve saber que, no futebol, campeonatos são decididos em detalhes: um grito, um cara e coroa, uma camisa. No caso da partida de hoje, diria que não foi apenas a camisa, mas as camisas. 

O Fluminense venceu porque seus jogadores entraram em campo com a camisa 1, de Félix. Venceu também porque Thiago Neves resolveu trocar o número 7, lazarenta, pelo 10. Venceu ainda porque os 114 anos recém completos do rival, celebrados pela camisa do seu principal jogador, não poderiam passar sem nosso carimbo. E, principalmente, venceu porque desde os primórdios do futebol, o Fluminense sempre vence o Vasco quando é realmente necessário. 

Reparem, meus amigos, que todos nossos títulos brasileiros contaram com vitórias sobre os lusitanos. Em 70, 3 a 1 (gols de Flávio, Silveira e Marco Antônio). Em 84, Romerito decidiu a nosso favor, no primeiro jogo da final. Em 2010, Tartá fez a festa. E hoje foi a vez de Thiago Neves. 

Incluo o jogo de hoje no rol de vitórias que resultaram em títulos para destacar o óbvio: O Fluminense será o campeão brasileiro de 2012! 

Não se iludam com a campanha do Atlético Mineiro. Ao clube de Belo Horizonte falta esse detalhe essencial no futebol: camisa. Com isso, não quero dizer que o irmão/empresário do Ronaldinho saqueará o clube, levando de lá várias peças de vestuário, como fez recentemente na Gávea. Mas sim que o clube das veredas, pelo seu histórico de conquistas, não pode ser considerado grande. Em mais de 100 anos de história, o Galo só ganhou um título importante. É, portanto, menor que o Botafogo, o Bahia e o Sport. É, no máximo, um clube médio, como o Coritiba, Atlético-PR e o Guarani. Com uma diferença significativa: o título de 71 foi conquistado com a ajuda de um jovem técnico visionário. Por mais que tenhamos muito carinho pelo Cuca (e temos!), alguém ai acha que ele é um novo Telê? 

Que venha o segundo turno! 

ST