sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Meu Vasco x Fluminense inesquecível

Cruzmaltinos desse planeta,

como eu já comentei, apesar de o Flamengo ser nosso maior rival - único que consegue chegar perto do nosso tamanho colossal - o meu clássico favorito é contra o Fluminense. Já contei as razões familiares que me impeliram a não gostar dos flores e ser vascaíno. Hoje, vou contar do meu clássico inesquecível, aquele que me fará ter certeza da superioridade vascaína até o dia de minha morte.
O dia era 3 de abril. Final da Taça Guanabara. Fazia sol e meu pai decidiu que nos levaria ao Maracanã. Meus irmãos, torcedores do Fluminense, já tinham acompanhado meu pai em outras partidas, mas eu, único vascaíno da família, estaria estreando no maior do mundo. E isso já trazia um problema de logística: como fazer? Soltar um garoto de 12 anos no meio de uma multidão e marcar pra encontrar depois do jogo não parecia ser boa ideia, por isso fui levado pro meio da torcida tricolor. "Meio" é maneira de dizer. Já naquela época, a torcida das três cores se reduzia à meia-dúzia de gatos pingados e conseguimos ficar isolados, bem longe das organizadas - se hoje elas são temidas, imagine nos anos 90. Mesmo assim, fui advertido várias vezes para não não expressar de maneira ostensiva minha torcida. Trato feito, bola rolando.
Eu sentia pela primeira vez aquela tensão de jogo no estádio, o silêncio barulhento de se assistir jogo sem ter narração. O time do Flu era forte - não era grande coisa, mas era forte - e vinha motivado, querendo impedir nosso tricampeonato. Nós éramos rápidos, mortais. Aos 20 minutos, gol do lateral-direito Pimentel. Dois minutos depois, Valdir - o matador da colina - ampliou. Meu primeiro ídolo no futebol, antes de Edmundo, antes de reconhecer o valor de Roberto, foi o bigodudo franzino que só faltou fazer chover no título de 93. Fim de primeiro tempo e eu devia ser a única pessoa sorrindo do lado de cá da arquibancada. Do outro lado, vascaínos faziam uma festa e me enchiam de inveja.



Logo no primeiro minuto da segunda etapa, Ézio - atacante mequetrefe que era chamado de super-herói pelos tricolores - descontou para eles. Meus irmãos se encheram de esperança, dizendo que o segundo tempo era deles e que tudo seria diferente. Mas não foi. A reação tricolor durou uns 10 minutos, até que o garoto Yan marcou o terceiro do Vasco. Dali pra frente, era só baile. Willian, baixinho do meio-campo vascaíno, acertava todos os lançamentos. Dener perdeu dois gols, um que seria uma pintura, com drible da vaca no defensor e tudo. O Vasco sobrava. Eu segurava o grito e ainda vi Valdir marcar seu segundo gol, sacramentando o placar. Vasco 4x1 Fluminense. Saímos antes do fim do jogo, para evitar as aglomerações, e só nos jornais do dia seguinte eu fui ver as fotos do time levantando a Taça do estado que não existe mais.



Exatos quinze dias depois, o moleque Dener morria num acidente de carro. Lembro de estar saindo pro colégio e ouvir a notícia na TV. Eu queria me convencer que a morte do craque era um mal-entendido, fruto do sono de uma segunda de manhã, mas não era.
Seriamos campeões cariocas em outro jogo contra o Flu, quando o cearense Jardel marcou duas vezes - e com os pés! Mas esse jogo já tinha um tom de tristeza, uma coisa de homenagem.
Meu Vasco x Fluminense inesquecível marca uma época infantil, quando éramos reis e sabíamos disso.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Estátuas

Cruzmaltinos desse planeta,

Há algum tempo uma parte da torcida pede pela destruição da estátua de Romário, em São Januário. Discordo. Discordo com força. Proponho o contrário. Agora que a colina sagrada terá que passar por reformas para receber os jogos de Rugby e a estátua do baixote terá que ser deslocada, sugiro que ela seja colocada próximo à saída do vestiário do clube visitante. Levantaria outras estátuas. Faria um verdadeiro corredor polonês que espancaria nossos adversários com nossas glórias. Roberto. Ademir. Edmundo. Bellini. Barbosa. Ypojucan. Eli. E Orlando.
Orlando pra mim é um daqueles heróis míticos. Obviamente não o vi jogar, mas li, imaginei e admirei o defensor técnico que complementava com elegância o vigor de Bellini. Sua participação em duas copas (1958 e 1966 - só não foi pra Copa de 1962 por estar jogando na Argentina) é uma prova do talento desse craque. E ontem, aos 74 anos, ele morreu. Uma estátua de Orlando Peçanha devia ter sido erguida antes, pois as homenagem devem vir em vida. Agora, eternizar o zagueiro em metal é uma obrigação, uma tentativa de corrigir essa injustiça.
E ao passar pelos semblantes petrificados dos nossos heróis, os adversários ficarão sabendo que não estão enfrentando um simples clube, mas uma força da natureza chamada Vasco da Gama.

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Teremos jogo de volta. O time reserva entrou completamente desentrosado, sem nunca ter sequer treinado junto, e suou para vencer o campeão paraibano. O jogo foi ruim, e me lembrou a partida contra o Selecionado Capixaba. Até o gol foi parecido, uma infiltração pela linha de fundo que acabou contando com a falta de sorte do goleiro Tiago. Agora teremos o velho esquema da Copa do Brasil: os paraibanos irão ao Rio, conhecerão a praia de Ipanema, curtirão a cidade maravilhosa e entrarão em campo com a sensação de dever cumprido.

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A ausência de Jeferson no jogo de ontem me preocupou. Sou um fã do jogador, acho ele um craque, mas já são 7 meses. Quando ele volta!?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Quem tem medo de vira-latas?


Sinceramente, existe sim uma pulguinha atrás da minha orelha em se tratando da Lógica Rubro-Negra. Recordo muito bem do dia em que a família reunida fez força para tirar o favoristismo do Fogo. Isso lá em 1992. Quando o time da cachorrada tava com a bola, era mão fechada, quando maestro Júnior usava de sua genealidade, mão aberta para levar até ele nossa energia. E não deu outra. Apesar do imenso favoritismo de Pichetti, Valdeir e Renato Gaúcho, nda disso foi páreo para o escrete Rubro-Negro comandado por Júnior e Gaúcho. Lembro até que meu primo foi no primeiro jogo e voltou cheio de musiquinhas como essa: Júnior toca bola, Gaúcho deita e rola eee só dá Mengo, e e e e e bota pra fudê/ Gaúcho toca a bola, Júnior deita e rola ...

Recordam?


Bom, ai demorou muitos anos para que esse pessoal preto-e-branco pudesse fazer qualquer cosquinha. Todavia, chegou 2006, depois veio 2007 e por fim, 2008, todos estes anos com eles como imensos favoritos e nada, nem um vice para o Flamengo, pqp que chato! Uma pena! Quer dizer, para eles, claro! Foram três anos inacreditáveis que, inclusive, fizeram minha filha Julieta deixar de ser Botafogo (não sei como isso aconteceu) e hoje, não restar dúvida sobre qual time ela ama, assim como, a preferência de Deus!


Aos que curtem vídeos, segue um que pode dizer muito sobre esse momento e sobre o espírito da cachorrada que nos aguarda rangendo os dentes de inveja.



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Por um ano inteiro de Carnaval

Caríssimos tricolores, em ritmo de Carnaval começa a primeira semana séria do ano. Até agora, de muito pouco valeram as atuações do Fluzão no carioca. Ritmo lento, desinteresse e um Fla-Flu sem valor nesse passado recente - o pior é ouvir mulambo dizendo que valeu como um título (rs).


A história começa a ser escrita no próximo sábado e vamos castigar o couro dos padeiros malditos. Nosso ataque titular estará de volta e Fred guardou o melhor para a decisão. Vai humilhar, escrevam isso!

Pra esquentar, o samba-enredo do Fluzão. Sábado terá show tricolor nas arquibancadas do Mário Filho.




Saudações Tricolores e viva Cartola!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Recordem-se de 45! Lembrem-se de 1956!

Cruzmaltinos desse planeta,

o desespero está estampado na cara de nossos rivais. De todos, a mulambada tem somente uma certeza: não serão campeões cariocas esse ano. Um velho ditado árabe diz que se uma coisa acontece uma vez, é quase impossível que ela se repita. Mas se - contrariando esse princípio universal -houver uma segunda vez, então é certeza que virá uma terceira, uma quarta... Por três vezes, o Flamengo tentou ser tetra-campeão estadual. Por três vezes ele falhou. Não, eu não conto os patéticos títulos repetidos de 1979 - só pode haver um campeonato estadual por ano, está nas escrituras. Nem flamenguista acredita que se possa ser tri em dois anos: uma espécie de supletivo de títulos.
Em 1945, o Flamengo vinha se firmando como potência fora d'água: o tetra parecia ser favas contadas. Mas eis que nós, os Guerreiros do Almirante, impedimos o império do mal de sentir esse gostinho: campeões invictos. E ali começava a história do que se tornaria o Expresso da Vitória.
Mas em 1956, parecia que o trem já tinha passado. O urubu tinha passeado por 53-54-55. Não tinhamos mais Chico, nem Eli. Só um bando de desconhecidos. Mas bastava. E novamente, estragamos a festa do time da Gávea.


Em 2002, foi o time das Laranjeiras, mas vocês sabem, o que acontece uma vez não se repete...

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O jogo do meio da semana e o de hoje já não valia nada pra gente. Já sabiamos até quem enfrentariamos, e era muito difícil conseguirmos mudar a data. Pois, com times preguiçosos, fizemos só o suficiente para garantir nossa invencibilidade... O empate de hoje foi bom pra tirar o salto alto de quem por ventura se arriscou calçá-los. Ano passado era redenção. Esse ano, queremos vingança. Que venha o Flu!

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Quarta-feira tem Copa do Brasil. Só direi quatro palavras: SEM JOGO DE VOLTA!

A lógica é Rubro-Negra!

[Off] Enquanto estávamos reunidos para definir alguns rumos e layouts desse blog, uma corja entrou no meu humilde apartamento e me levou alguns pertences, inclusive o notebook. Fiquei a princípio angustiado por que um dos locais mais saqueados fora o meu guarda-roupa. Levaram a camisa da Espanha da Copa 2010, um réplica bacana da da França adquirida por 30 pesos na Argentina e uma feita por mim mesmo, a com o Zico graffitada. Entretanto, para minha sorte e felicidade - agradeço aos gatunos por isso - não levaram a do Mengão!!!! Acho que as coisas estão mudando, ou me respeitaram ou aquela velha fama está vindo a baixo!
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Sinceramente, antevendo as coisas, acredito que essa Taça GB será mais fácil que esperava. Peço perdão aos pais tricolores, mas creio que a final será entre Flamengo x freguesia da padaria. É claro que temos que tomar cuidado com o Fogo (aí, que meda!), mas o Flu com essa empáfia burguesa não irá sobreviver ao esforço de quem vem da segunda. Dessa vez não teremos Obina e nem Bruno irá precisar subir aos céus na decisão por penaltis... será simplesmente a lógica que vocês podem acompanhar cronologicamente abaixo: