quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Estreia com vitória!

Amigos tricolores e secadores de todas as cores,

Não se enganem com as análises pessimistas dos jornais. O jogo de terça-feira apenas confirmou aquilo que todos nós já sabemos: o Flu será o campeão da América de 2012.
Ora, dirão os secadores, mas como pode?! Se todos disseram que o tricolor passou aperto, jogou mal, e não merecia ter vencido. É, meus amigos, mas venceu. Sinto no ar novamente aquele cheiro inconfundível de título que exala das equipes que, mesmo em uma noite não tão brilhante, conseguem vencer.
Além disso, os que clamam por espetáculo se esquecem que essa foi apenas a primeira rodada. Nossa caminhada da vitória ainda tem outros 13 jogos, e só terminará daqui a 5 meses. Seria imprudente, e extremamente desaconselhável, apresentar todas as nossas armas logo de cara.
Mesmo assim, para quem estava atento, ficou evidente a força do tricolor. Quando? Nos 15 minutos iniciais. Que início de jogo! O Fluminense começou arrasador, irresistível. Com o apóio qualificado de seus dois laterais, com o toque de bola envolvente de seu meio-campo, com a eficiência de seu ataque, botou o Arsenal na roda. Decidiu o jogo com 2 minutos e continuou bem até uns 15 do primeiro tempo. Aí as sucessivas trapalhadas da dupla de zaga (com destaque especial para Anderson. Volta, Gum!), deram coragem ao adversário, que equilibrou o jogo. Mas a vitória já havia sido conquistada, e os 75 minutos finais foram uma mera formalidade.

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Até mesmo a expulsão do Wagner não me pareceu tão ruim. Não apenas porque ele tem substituto à altura no elenco, mas porque aconteceu em um momento em que os argentinos eram melhores. A confusão que se seguiu acabou esfriando o jogo, o que foi bom pro Flu. Já a do Leandro Eusébio foi uma grande besteira. O jogo já caminhava pro fim, e a vantagem de um jogador a mais acabou dando gás ao adversário.

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Deco e Fred apanharam muito. Mas também revidaram, o que é muito perigoso com a tradicional arbitragem tendenciosa dos hermanos. Pra Libertadores, é preciso sangue frio.

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O lancenet publicou, poucas horas antes do jogo, que Abel Braga poderia perder o emprego em caso de derrota. Mesmo depois da vitória, o colunista do O Globo, Renato Maurício Prado, escreveu que o Flu poderia trocar de técnico. Sinceramente, não sei nem se vale a pena comentar... Qualquer pessoa com mais de dois neurônios sabe que isso não tem o menor fundamento. É apenas a FlaPress tentando azedar o clima no único clube carioca que disputa a Libertadores e não atrasa salário.

ST

Desfalques fatais


Cruzmaltinos desse planeta,

ontem em Sanjanu, sentimos demais os 4 desfalques que nosso time tem nesse início de temporada. Na lateral, Fagner tem sido um diferencial em nossa equipe, se destacando nos primeiros jogos do ano. Ontem, o garoto Max até demonstrou vontade, mas o jogo era demais para ele. A entrada de Fellipe Bastos, como sempre, foi catastrófica, e o setor que já estava deficiente passou simplesmente a inexistir. No meio-campo, Rômulo também foi uma ausência notável. Eu sempre defendi o volante Nilton, mas gosto quando ele traz seriedade para nossa meiuca. Cão de guarda. Ontem, ele parecia querer se consagrar, e desperdiçava as muitas bolas que roubava tentando lances de efeito ou passes além de suas capacidades. Aliás, essa vontade de "jogar bonito" ou "impressionar" parece ter contaminado o zagueiro Rodolfo. No primeiro tempo, conseguiu uma boa arrancada e criou um lance de perigo. No segundo, logo no primeiro minuto, tentou repetir a dose, perdeu a bola e criou a jogada do segundo gol do Nacional. E ainda tentou mais uma vez sair driblando, quase entregando a rapadura mais uma vez. Espero que com o tempo ele aprenda com Dedé e não tenha vergonha de dar um bico na bola ocasionalmente. Aliás, a repetição do lance por diversos ângulos pela TV Mulambo teve como único objetivo mostrar que a bola tocou no pé do Mito antes de ir para a rede no primeiro tento uruguaio. Pra quê isso? Para colocar em cheque o zagueiro que vem sendo unanimidade nos dois últimos anos, justamente quando ele entra em sua competição mais importante?
 No ataque, Chico Bento fez falta pela velocidade. No atual esquema, tem se destacado por ser o jogador que aproveita as bolas de desafogo. Ontem, principalmente no primeiro tempo, não tinha ninguém para fazer isso, nos deixando acuados demais. Com a entrada do equatoriano Tenório, passamos a sentir menos. Aliás, muito me agradou o gringo, que mostrou vontade, habilidade e rapidez. Consigo vislumbrar formações com Tenório jogando lado-a-lado com Alecsandro.

Porém, nosso maior desfalque estava - mais uma vez - no banco. Desde o ano passado eu venho dizendo que Cristóvão Borges não tem condições de ser o treinador do Vasco, e ontem isso foi flagrante. Incapaz de modificar o jogo, já seria covarde ao colocar outro volante quando estávamos perdendo, e torna-se burro quando sabemos que esse volante era Fellipe Bastos. Não sei se a melhor saída era a entrada de Bernardo, como a torcida vinha pedindo (o meia costuma prender muito a bola), mas era evidente que o time precisava de uma mudança e ele era incapaz de mexer no time. Sou contra a demissão do técnico e a contratação de um novo - o momento para isso já passou. Agora nos resta rezar, torcer e sofrer.

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O jogo de ontem também não foi só tristeza. Se poderíamos ter saído com um placar contrário ainda mais elástico (um uruguaio chegou a driblar Fernando Prass e chutou por cima), também poderíamos ter vencido, mesmo jogando mal. Diego Souza estava num bom dia, e podia ter marcado numa bela tabela com Felipe quando o jogo ainda estava 0x0. Em outro lance, no final do primeiro tempo, foi parado com falta pelo zagueirão Scotti já na linha do primeiro tempo. Tiago Feltri também teve duas boas chances, e se tivesse levantado a cabeça teria visto companheiros livres no meio da área nas duas. Felipe também conseguiu uma boa jogada de linha de fundo e tentou o cruzamento, sem ver Juninho livre na entrada da área para chutar... Enfim, o time precisa de ajustes, mas também não é o caso de desistir. Em 98, o Vasco perdeu os dois primeiros jogos (o primeiro também para um time uruguaio - o Grêmio) e empatou o terceiro. No final, vocês sabem no que deu...

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O Nacional do Uruguai é um time que joga marcando em pressão e não tem vergonha de fazer falta quando o adversário tem a bola. No futebol, a falta é um recurso. No Brasil, criou-se uma narrativa de que a falta é coisa de cabeça-de-bagre, que o importante é o drible, a jogada de categoria. Futebol é um jogo de estratégia, de inteligência, e o brasileiro cada vez mais padece da falta da mesma...