quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O início no meio

Companheiros Flamengos;

Começo este post explicando minha ausência deste espaço privilegiado da crônica esportiva cibernética tupiniquim.
E o motivo é simples.
Eu estava apenas esperando que o Mengão inciasse sua participação no BR-2012.
Até então, o que víamos em nossas TVs por assinatura(cavalarmente caras, diga-se) era um bando de mocorongos ostentando as vestes Flamengas, comandados por um senil e débil prancheteiro.
Hoje não; hoje veremos um time tecnicamente limitado, correndo bastante e com uma organização tática, que se não é Rinnusmitcheliana, é ao menos interessante e passível de elogios comedidos.
Isto posto, sinto-me na obrigação de exaltar a chegada do Dorival "El Feo" Júnior.
O treinador, que chegou e encontrou aquele cenário Dantesco, hoje conseguiu fazer com que o Flamengo tomasse incrivelmente 1 gol nos últimos 5 jogos, sendo 3 vitórias, 1 empate e 1 derrota no período referido.
Ha de se ressaltar a concomitante chegada de Victor Cáceres que definitivamente deu uma injeção de tranquilidade e bola no pé no meio-campo e na defesa rubro-negra.
Os números são burros, já dizia Nélson Rodrigues(toda citação neste mês será atribuída e ele e se tornará verdade), mas com Cáceres em campo foram 3 vitórias, 1 empate e nenhuma bola na rede do Felipe, que voltou muito bem obrigado de seu justo período amofinado no banco.

Claro,ainda há muito a se trabalhar, muitos Neguebas a se xingar e muitos pontos separam o Flamengo do G-4, posição minimamente obrigatória para que a torcida não faça motim na beira da Lagoa.
Thomáz ainda precisa aprender a chutar em gol, Welinton que melhorou consideravelmente ainda é uma mula quadrúpede e o meio-campo ainda está acéfalo, coisas tais que DJ terá trabalho hercúleo para corrigir.
Mas a grande novidade nos últimos dias foi o Imperador que voltôôôô-ô!
Vou ser sincero: sou fã incondicional do cara e já o defendi aqui: é carioca, flamengo, molambo, favelado e joga pra cacete, só precisava de uma dose monumental de juízo e Gávea e parece que ele as teve.
Sempre terei esperanças na volta triunfal do Impera e assim morrerei; certo ou errado.
Hoje teremos o Spór em Volta Redonda, jogo tetinha para captarmos 3 pontos rumo ao distante G-4 e nada além de uma acachapante esculachada será aceita.
É isso rubro-negrada; desconfiando sempre e acreditando mais ainda o Flamengo tem um time de futebol, que é fraco...mas é um time


SRN


Música do Dia - Sá, Rodrix & Guarabyra - Jesus Numa Moto

Chef de um prato só


Cruzmaltinos desse planeta,

em alguns momentos, eu prefiro me calar a cometer uma injustiça. A crítica do calor do momento nem sempre é a melhor. É preciso dar tempo ao tempo, esperar para ver se as coisas se confirmam. O problema é que tem hora que bate a sensação de ter esperado tempo demais...
No início desse campeonato, prometi a mim mesmo que não ia xingar o Cristóvão. Eu nunca gostei do trabalho dele, mas vinha tendo resultados. "Ok!" - pensava eu - "deve ser o tal futebol pragmático..." O problema desse tipo de jogo feio é que, quando os resultados param de vir, não nos sobra nada. Desde o início do ano me incomoda o futebol feio e sem graça que o Vasco vem jogando. Sem criatividade, dependendo sempre de um momento de genialidade de Juninho Pernambucano e rezando para o acaso quando ele não está em campo. A imprensa fala que Cristóvão não pode fazer um bom omelete porque lhe tiraram os ovos (duplo sentido?). Porque eles dizem isso? 
Tal como Régis Rosing, os colunistas de futebol gostam de fazer previsões. Gostam de criar contos de fadas, historinhas onde no final eles poderão dizer "bem que eu te disse". Pois eles começaram a contar uma linda história de um técnico negro que assumia como interino e levava o time combalido com a perda de seu  comandante ao título ou a um resultado expressivo, pelo menos. Parece enredo da Disney ou daqueles filmes de futebol americano que passam a tarde no SBT. Porém, o que fazer quando as previsões começam a dar errado. Admitir o equívoco é algo que jamais passa cabeça desses oráculos do futebol. E aí começa o esporte número 1 do Brasileiro: arrumar desculpas. 
É claro que time nenhum do Brasil perde jogadores do nível de Rômulo, Diego Souza e Fagner impunemente, mas será que foi isso que prejudicou o Vasco? Desde o início de seu trabalho no Vasco, Cristóvão tem se notabilizado por não mandar a campo os melhores jogadores. Agora, tal qual um treinador de Elifoot (analogia roubada de Bruno Alberto), se limitou a colocar novos jogadores em seu esquema tático velho e ver no que ia dar, ignorando as características deles. "E daí se Carlos Alberto não joga igual ao Diego Souza? Coloca ele lá que vai dar certo." Já vi comentarista falando que o Vasco sente a falta de Ramon e Élton. O primeiro já deixou a colina há um ano e o segundo saiu tem uns oito meses!
Tiraram os ovos de Cristóvão (duplo sentido?)? Então não dá pra fazer um omelete. Mas que tal olhar pro ingredientes que ainda tem e ver o que pode ser feito? Não, ele só tem na mão uma receita de omelete. É o Chef de um prato só. 
Em uma rodada que estava sem outras opções, improvisou Auremir na lateral-direita e o rapaz foi bem... E por isso ele não coloca Jonas - especialista da posição - para jogar! Inventaram que Felipe e Juninho não podem jogar juntos (mais uma vez, os "analistas"), então ele coloca Carlos Alberto - que é mais lento e menos objetivo do que o Maestro - pra fugir do julgamento dos escrevinhadores. Willian Bárbio é uma ofensa ao futebol. Colocá-lo em campo é uma ofensa pessoal a todos os vascaínos. É como um dedo médio correndo pela grama apontando para mãe de todo mundo que paga ingresso e compra camisa. Não é possível que no elenco não tem ninguém melhor que o Bárbio. Nem nos juniores. Aliás, há quanto tempo não se testa ninguém das divisões inferiores? A escalação de ontem foi o prenúncio do resultado: entrar com Eduardo Costa E Willian Bárbio é de fazer o cu cair da bunda. Voltando às analogias gastronômicas: parece que já que não tem ovo, o Chef Borges está tentando se virar com os legumes podres que ele achou no fundo da geladeira. 
O que o Cristóvão faz com Pipico é covardia. Ontem ele mandou o atacante a campo no momento em que tirava seu último homem de criação pra colocar mais um volante (perdendo de 2x0!). Não estou dizendo que Pipico é craque. Eu nem sei como ele joga, mas gostaria de vê-lo pelo menos uma vez numa situação que não fosse uma roubada completa. 


Analisando o elenco, só tem dois clubes que têm elencos claramente superiores ao do Vasco: Atlético Mineiro e Fluminense. O resto, é mesmo nível e olhe lá. No começo do torneio, disse que estava acreditando que o Vasco terminaria em sexto. Hoje, penso que nosso lugar é o terceiro, e que um quarto lugar já seria uma zebra. Abaixo disso é inaceitável. Porém, quando vemos quem e como vai a campo o nosso time, o desespero bate. De que adianta ter ingredientes pra um bolo, ou para uma macarronada, se o cara que vai preparar só sabe fazer omelete?


Flu contra o dragão da maldade


Tricolores e hereges de outras cores, 


Vivemos dias históricos. Aguardamos, ansiosos, o desfecho do julgamento do mensalão. Será que o bem vencerá o mal, pelo menos desta vez? Os vilões serão presos? Um homem negro, de capa preta, se transformará no novo herói nacional? 

No futebol também temos nossos embates, nossos juízes, nossos vilões. O jogo de hoje colocou frente a frente dois opostos, mais antagônicos do que nunca. 

De um lado um time pressionado, cheio de vontade e de responsabilidade. Precisando e desejando vencer. Querendo jogar futebol. 

Do outro, um time relaxado, apenas cumprindo tabela. Mas engana-se quem pensa que essa despreocupação se refletiu em futebol bonito, colorido, e leve. O nosso adversário de hoje era cinza, e cinza foi o seu futebol. Retranca, provocações, cera desde o primeiro minuto de jogo, faltas sucessivas... Uma aula de anti-futebol. 

O juiz, que não vestia capa preta, preferiu se omitir. Assistiu a tudo passivamente, com uma preguiça digna de Jorge Amado ou Dorival Caymmi. Caminhando tranquilamente, não ruborizou diante do triste espetáculo que ajudava a produzir. 

O resultado foi um verdadeiro roubo. Não apenas ao Fluminense, que precisava jogar e não teve o seu direito garantido, mas a todos aqueles que assistiram a partida. Nos preparamos para 90 minutos de futebol e tivemos uns 25, talvez menos. Cada tiro de meta demorava 5 minutos. Qualquer adversário, quando esbarrado, desmoronava, e parecia sofrer mais que mãe de moto-boy. 

No fim, o empate não foi nenhuma tragédia. Evitou, pelo menos, uma injustiça maior. Mas não posso deixar de pensar: Algum dia, teremos um herói, de capa preta ou não, que goste de futebol, e que impeça esse verdadeiro estelionato de futebol? Ou teremos que nos acostumar, achar que isso é normal, coisa de “time moderno”? 

 ST