domingo, 26 de junho de 2011

Coração de torcedor

Se tem algo que me irrita, é quando alguém diz que os torcedores são “clientes do espetáculo”, e que em nome disso devemos ter estádios com ar-condicionado, lojas, poltronas, e etc. Uma ova! É claro que precisamos tratar bem o torcedor. Mas, tratar bem, para mim, significa ter acesso rápido ao estádio, um horário legal para o jogo (que, definitivamente, não é 10 da noite), alguma facilidade pra comprar os ingressos e cerveja gelada antes e DURANTE o jogo. Tudo isso, com segurança e a preço justo. Só. O resto é frescura, coisa de quem nunca entrou em uma arquibancada é quer estragar o divertimento dos outros.
Mas não quero tratar aqui das reformas dos estádios brasileiros, ou das exigências absurdas da Fifa. Hoje, eu quero falar da lógica que guia o coração do torcedor. Eu confesso que já fiz muita promessa pelo Flu. Já raspei a cabeça, assisti a jogos de joelhos, e me impus diversas outras privações em nome de alguma vitória (uma cláusula de sigilo me impede de contar maiores detalhes). Sempre acreditando que o meu sacrifício empurrava o time pra frente.
Também já aconteceu de algum compromisso inadiável me impedir de assistir a algum jogo importante. Em 2005, por exemplo, no momento da final do carioca, contra o Volta Redonda, eu fazia a prova de um concurso público. Nesses casos, o que faço é me dedicar 100% a minha tarefa, esperando que os jogadores tricolores também façam o mesmo.
Acho que foi esse o caso hoje. Foi essa devoção de torcedor que deu a vitória ao Flu. Isso porque, havia em campo, vestindo a camisa tricolor, um jogador dividido. Cabeça, tronco e membros em campo, mas o coração longe, angustiado. Porém, se enganam aqueles que crêem que um atleta nessas condições rende menos. Nosso herói, pelo contrário, se agigantou. Se desdobrou em campo em uma doação empolgante e comovente. Marcou, criou e brigou como um verdadeiro guerreiro. Correu não apenas para suprir a ausência de seu companheiro expulso. Correu na esperança de que, bem longe dali, os jogadores de seu time do coração fizesse o mesmo.
Não fizeram.
A torcida tricolor agradece ao Conca por mais um dia de alegria, e se solidariza com sua dor.

3 comentários:

Rafael Saldanha disse...

O q aconteceu com o Conca? Pq ele estava dividido?

Qnto às promessas, vou ter q comprar uma pá de cestas básicas pela Copa do Brasil LOL

Renato Saldanha disse...

Pelo River Plate, faltou dizer isso no texto, né... "¡Se me escapó!"

Marcelo Braga disse...

O caminho é esse. Já cornetei num post anterior defendendo este esquema que, finalmente, Abel colocou em campo.

Com boas opções no meio e laterais que apoiam bem, esta formação tem tudo pra dar certo. Finalmente Conca estreiou na temporada!

Creio que o gringo estaria triste mesmo se fosse seu time de coração, o Tigre, mesmo porque o River não o valorizou como deveria ter feito. Sorte a nossa!!!

ST