Cruzmaltinos desse planeta,
em 31 de maio desse ano, escrevi uma coluna sobre a chegada de Zico ao Flamengo e comparando sua função simbólica à de Roberto Dinamite. Esse texto, de 4 meses atrás, faz várias profecias. A mais importante eu reproduzo abaixo:
Há mais ou menos dois meses, vi uma entrevista de Zico dizendo que jamais seria técnico no Brasil, para não correr o risco de enfrentar o clube da Gávea. Ok. Respeito. Mas perguntado se treinaria o próprio Urubu, foi covarde e disse que jamais assumiria nenhum cargo no Clube pois não queria ver a mulambada o xingando de burro. Parece que a coragem voltou e o camisa 10 da Gávea repensou essa decisão. Mas ele que não se engane. Será xingado de burro e não vai demorar muito. Pois se em campo ele só dependia de si, na "cartolagem" vai responder pelas cagadas de muita gente.
Pois, o tempo me deu razão. Denúncias de corrupção e críticas apareceram e a coragem do Galinho parece ter se esvaído mais uma vez. Deixa o Flamengo bagunçado e a 3 pontos da zona de rebaixamento. Quando a coisa ficou realmente preta, o ídolo do império do mal pulou fora. Preferiu preservar sua imagem como ídolo do que tentar salvar seu clube. Coloca a culpa num ex-integrante de torcida organizada que virou diretor. Diz que "o Flamengo atual morreu em seu coração", fingindo que não foi ele quem trouxe craques como Val Baiano, Borja e Leandro Amaral. Boa parte da torcida flamenguista acreditará nisso - eles nunca foram conhecidos pela inteligência mesmo... - e Zico continuará ídolo, a despeito da situação caótica do clube.
E o que nós, vascaínos, temos com essa história toda? Esse caso todo serve como mais um parâmetro pra analisarmos a postura de nosso presidente Roberto Dinamite. Há três anos, quando Roberto assumiu, o Vasco mergulhava em uma de suas maiores crises, que culminaria com o fatídico rebaixamento. Muitos em seu lugar nem dariam a cara a bater. Outros criariam uma situação e sairiam de fininho. Roberto encarou de frente. Montou a equipe, passou pela segunda divisão de forma vitoriosa e ainda está no Vasco. Se ainda não tivemos as conquistas prometidas (e que merecemos), serve de alento saber que o time está no caminho certo. Temos o melhor time desde a máquina de 2000, e tenho a convicção de que comemoraremos em breve.
Por outro lado, há três anos, o nome de Roberto Dinamite era uma unanimidade entre os torcedores. Considerado o maior ídolo da história da Colina, Dinamite era um deus vivo do futebol, daqueles que causava brigas se alguém ousasse criticá-lo. Hoje, envolvido na política do clube, Roberto é bombardeado até dentro do próprio Vasco. Mas segue no cargo. Prefere ser mortal, falível e alvo de críticas - justas e injustas - do que abandonar o timão da nau vascaína nas mãos de escroques como os que o antecederam na presidência. Assim, quatro meses depois, repito a frase que encerrou o texto daquele 31 de maio:
Tem que ser muito homem pra botar seu nome pra se xingado pela torcida. Liderar nas vitórias é ótimo, e fácil. Se sacrificar pela causa é que faz o herói.
3 comentários:
O problema é achar que Zico seria tão bom gestor como era cobrador de faltas. Coisa de mulambo burro.
E pra mim, vamos combinar, foi muito covarde.
Meu amigo Saldaña!
Tás de pé nossa apostinha cretina do primeiro turno?
Abraços
Ei, bacalhau, Zico saiu não do Flamengo, mas de um cargo no qual nada pode ser feito. Voltará como presidente, sem cair pra 2ª ou 3ª, como o resto.
"Um guerreiro deve saber a hora de lutar e a hora de se retirar"
E um herói não dá murro em ponta de faca. Zico não é Zangief pra sair rodopiando sem tomar Hadouken. O Galinho apenas lutará com as armas eficazes, no lugar correto que lhe dará a autonomia que o encargo exige.
Talvez se o Estalinho (ops, Dinamite) fosse mero dirigente e não presidente, já tivesse pulado fora há muito.
E o Único Grande do Rio não cai, para o desespero dos resto medíocre ganhador de carioquinha...
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