quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

À eternidade

Existem lances que são para sempre.

Hoje senti na pele o privilégio de estar vivo para presenciar um desses.

Porque nessa noite de quarta-feira de cinzas, fez-se muito mais do que poesia com a bola na imensidão azul que chamamos de Engenhão: fez-se humor.


Não consegui ter raiva disso. Achei tão engraçado que não consegui ter raiva de ver o meu time sendo eliminado pelo VASCO - e se isso não é motivo de crise, o que mais seria?

Foi mais divertido ver essa finalização do que todas as comédias que assisti ano passado, juntas. Como se não bastasse a versão inicial, a cada segundo diferentes ângulos traziam novas informações e acrescentavam nuances no original, numa 'versão do diretor' que faria Stanley Kubrick corar. O arregalar de olhos do centroavante, seguido pelo corpo caindo na grama em câmera lenta, o goleiro que ainda não sabia que não fora vazado, o bandeira que chegou a correr, a súbita e assustadora evocação de Léo Batista e diabos, até o som da bola batendo na trave deve ter sido genial.

Se o preço para ver algo assim é ser eliminado da Guanabara, achei válido.

Obrigado, Deivid.

3 comentários:

Rafael Saldanha disse...

Estou imaginando a reação do Wallace...

Triará disse...

Me senti totalmente Kleber Machado:
http://www.youtube.com/watch?v=AXj69n9OOuY

Marcelo Braga disse...

Por isso que eu acho o Júnior um dos melhores comentaristas do país. Ele ainda encontrou algum tipo de justificativa.