domingo, 9 de outubro de 2011

Crônica de uma morte anunciada

Cruzmaltinos desse planeta,

eu - como a maioria dos torcedores - tentei ver com a maior boa vontade o trabalho do interino Cristóvão Borges. Afinal, era de se esperar que atuando próximo ao Monsieur Ricardo Gomes, ele tivesse absorvido a maneira de trabalhar do nosso adoecido comandante. No entanto, já faz algum tempo que o voto de confiança ao provisório vem se mostrando equivocado. Hoje a minha paciência se esgotou. O time foi armado de forma previsível, como era de se esperar... Até aí, nenhum problema. Porém, a postura do time - acuado desde o primeiro minuto - mostrava que aquela confiança de campeão que Gomes dava à equipe não havia embarcado para Porto Alegre. Com 13 minutos, Eduardo Costa sentiu a coxa e entrou Fellipe Bastos, e o Gigante até melhorou, saindo em bons contra-ataques que esbarravam na falta de sorte de Diego Souza ou na absoluta falta de competência do Éder Luís. No último lance da etapa inicial, o Vasco quase abriu o placar. E aí veio o intervalo, e com ele as intervenções do vestiário.
Uma coisa é difícil de engolir. Na época de Ricardo Gomes, o meia Bernardo - habilidoso, mas imaturo em alguns momentos - era nosso décimo segundo titular, aquele que entrava quando nada estava funcionando, pra tentar resolver num lance individual. Pois, na Era Cristóvão, o primeiro suplente, aquele que entra em quase todas as partidas, é o volante Diego Rosa. E eu pergunto: que mudança Diego Rosa pode trazer ao time? Por mais que me doa concordar com o Império do Mal, lembro quando Luxerley Vanderburgo disse que não se pode tirar o craque, pois ele pode dormir o jogo todo e resolver num lance isolado. Pois hoje Diego Rosa entrou no lugar do maestro Felipe, que vinha apagado, mas tem mais bola em um dedo do que Diego Rosa tem no corpo todo. Diego Rosa virou assim o quinto volante cruzmaltino a pisar no gramado do Beira Rio hoje (Jumar -improvisado na lateral-esquerda, Rômulo, Eduardo Costa, Fellipe Bastos e ele). Essa substituição, quando ainda estava 0x0, confirmou o que já parecia ser o estilo Cristóvão: Mais medo de perder do que vontade de ganhar.
Com isso, fomos goleados (ainda que o segundo gol tenha surgido de uma das muitas falta inventadas pelo apitador Alício Pena - um dos piores que vi esse ano). Mas o que mais preocupa é a atitude. Jogando desse jeito, veremos não só o Corinthians nos ultrapassar, mas é bem possível que terminemos a temporada na décima colocação. Melancólico pra quem pensava em título há até pouco tempo.

***

O resultado do meio da semana não disse muita coisa. Um amontoado de reservas que jogou sem ter sequer um banco completo na altitude... O time do Aurora é muito ruim, e com um pouco de calma, os titulares podem golear facilmente em Sanjanu. É só garantir essa tranquilidade.

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