quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dose dupla

Amigos tricolores,

Estive ocupado nesse fim-de-semana, comendo torresmos, tomando cerveja e discutindo futebol em um congresso na capital mineira, e por isso não publiquei aqui meus comentários sobre o jogo contra o América. Pra não desperdiçar o que já tinha rascunhado, divido o comentário de hoje em duas partes, a primeira sobre a partida do último sábado, e a seguir o jogo desta noite.

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Fluminense e América,

O que dizer de um jogo como esse? Nossos piores temores se concretizaram. No primeiro tempo, nosso goleiro parecia jogar sozinho, mais abandonado do que um cristão frente aos leões. Resistiu muito, é verdade, desdobrando-se em importantes defesas. Mas era evidente que, solitário como um Róbson Crusué, acabaria batido.

Somente após a nossa cidadela ter sido vazada, é que os demais jogadores tricolores entraram em campo. Mas não se iludam com o nosso suposto domínio daí por diante. O Flu não conseguiu levar perigo ao gol adversário. Pra piorar, Abel (mais uma vez) mexeu mal, insistindo em desmontar o meio-campo para povoar o ataque. E ainda por cima, optando inexplicavelmente pelo Araújo (Qual a diferença entre o Araújo e o Michael Jackson? Um tá morto, o outro foi um importante cantor pop americano), e mantendo Jefferson em campo até meados do segundo tempo (perdidinho, perdidinho...). O time mineiro jogou com inteligência, e mereceu a vitória.

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Fluminense e Grêmio

Em outro 5 a 4 nesse campeonato, ElRafoSaldaña disse que os dois times tinham sido goleados. Essa frase se aplica perfeitamente no jogo de hoje. Apesar da vitória, não dá pra fazer vista grossa aos nossos erros bisonhos. Primeiro a falta de equilíbrio emocional, de uma equipe que tem predestinação ao heroísmo, mas encontra dificuldades pra lidar com o simples. Além disso, está claro que essa equipe, frente à sua própria torcida, ao invés de se empolgar, se engrandecer, se desorienta, se atrapalha.

Também não dá pra aliviar o Abel. Se o time ganhou hoje, foi claramente pela qualidade de seus craques. O time ressente a falta de um equilíbrio tático, uma clareza de ações. As substituições também são terríveis. No fim de semana, Araújo. Hoje, na hora mais difícil, ele lançou o Matheus Carvalho. Não que eu duvide da qualidade desse jovem atacante. Mas será que, em um momento desse, é hora de colocar em campo um jogador de 19 anos, voltando de contusão e 6 meses sem entrar em campo? Me parece que não.

Por outro lado, é inegável a qualidade acima da média de alguns dos nossos craques. Hoje, Deco e Fred (principalmente o segundo) desequilibraram. Também temos o Rafael Sóbis (que não jogou tão bem hoje, mas fez um golaço), o He-Man, entre outros. Mas é evidente que apenas craques não são suficientes pra um time campeão.

Com 59 pontos, o Flu ainda tem chances matemáticas de título. Três vitórias nos deixariam com 68 pontos e, provavelmente, com o tetra. Mas, sinceramente, não dá pra esquecer 2005. O melhor é pensar na vitória cotra o Figueirense e garantir logo a vaga na Libertadores do ano que vem.

ST

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