quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Desfalques fatais


Cruzmaltinos desse planeta,

ontem em Sanjanu, sentimos demais os 4 desfalques que nosso time tem nesse início de temporada. Na lateral, Fagner tem sido um diferencial em nossa equipe, se destacando nos primeiros jogos do ano. Ontem, o garoto Max até demonstrou vontade, mas o jogo era demais para ele. A entrada de Fellipe Bastos, como sempre, foi catastrófica, e o setor que já estava deficiente passou simplesmente a inexistir. No meio-campo, Rômulo também foi uma ausência notável. Eu sempre defendi o volante Nilton, mas gosto quando ele traz seriedade para nossa meiuca. Cão de guarda. Ontem, ele parecia querer se consagrar, e desperdiçava as muitas bolas que roubava tentando lances de efeito ou passes além de suas capacidades. Aliás, essa vontade de "jogar bonito" ou "impressionar" parece ter contaminado o zagueiro Rodolfo. No primeiro tempo, conseguiu uma boa arrancada e criou um lance de perigo. No segundo, logo no primeiro minuto, tentou repetir a dose, perdeu a bola e criou a jogada do segundo gol do Nacional. E ainda tentou mais uma vez sair driblando, quase entregando a rapadura mais uma vez. Espero que com o tempo ele aprenda com Dedé e não tenha vergonha de dar um bico na bola ocasionalmente. Aliás, a repetição do lance por diversos ângulos pela TV Mulambo teve como único objetivo mostrar que a bola tocou no pé do Mito antes de ir para a rede no primeiro tento uruguaio. Pra quê isso? Para colocar em cheque o zagueiro que vem sendo unanimidade nos dois últimos anos, justamente quando ele entra em sua competição mais importante?
 No ataque, Chico Bento fez falta pela velocidade. No atual esquema, tem se destacado por ser o jogador que aproveita as bolas de desafogo. Ontem, principalmente no primeiro tempo, não tinha ninguém para fazer isso, nos deixando acuados demais. Com a entrada do equatoriano Tenório, passamos a sentir menos. Aliás, muito me agradou o gringo, que mostrou vontade, habilidade e rapidez. Consigo vislumbrar formações com Tenório jogando lado-a-lado com Alecsandro.

Porém, nosso maior desfalque estava - mais uma vez - no banco. Desde o ano passado eu venho dizendo que Cristóvão Borges não tem condições de ser o treinador do Vasco, e ontem isso foi flagrante. Incapaz de modificar o jogo, já seria covarde ao colocar outro volante quando estávamos perdendo, e torna-se burro quando sabemos que esse volante era Fellipe Bastos. Não sei se a melhor saída era a entrada de Bernardo, como a torcida vinha pedindo (o meia costuma prender muito a bola), mas era evidente que o time precisava de uma mudança e ele era incapaz de mexer no time. Sou contra a demissão do técnico e a contratação de um novo - o momento para isso já passou. Agora nos resta rezar, torcer e sofrer.

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O jogo de ontem também não foi só tristeza. Se poderíamos ter saído com um placar contrário ainda mais elástico (um uruguaio chegou a driblar Fernando Prass e chutou por cima), também poderíamos ter vencido, mesmo jogando mal. Diego Souza estava num bom dia, e podia ter marcado numa bela tabela com Felipe quando o jogo ainda estava 0x0. Em outro lance, no final do primeiro tempo, foi parado com falta pelo zagueirão Scotti já na linha do primeiro tempo. Tiago Feltri também teve duas boas chances, e se tivesse levantado a cabeça teria visto companheiros livres no meio da área nas duas. Felipe também conseguiu uma boa jogada de linha de fundo e tentou o cruzamento, sem ver Juninho livre na entrada da área para chutar... Enfim, o time precisa de ajustes, mas também não é o caso de desistir. Em 98, o Vasco perdeu os dois primeiros jogos (o primeiro também para um time uruguaio - o Grêmio) e empatou o terceiro. No final, vocês sabem no que deu...

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O Nacional do Uruguai é um time que joga marcando em pressão e não tem vergonha de fazer falta quando o adversário tem a bola. No futebol, a falta é um recurso. No Brasil, criou-se uma narrativa de que a falta é coisa de cabeça-de-bagre, que o importante é o drible, a jogada de categoria. Futebol é um jogo de estratégia, de inteligência, e o brasileiro cada vez mais padece da falta da mesma...

4 comentários:

Marcelo Braga disse...

Eis a diferença de um time com ou sem elenco.

ST

JTVascao disse...

Parênteses inicial: não discuto com torcedores do FluuminenC. Me sentia tão ridículo quanto discutir com um torcedor do Bangu quando fazia isto.
Quanto ao jogo: concordo que o Rômulo faz muita falta, assim como o tão criticado Allan. O Nilton pra mim representa o que há de pior do futebol brasileiro. Não acho o Eder Luiz tão necessário assim.
Mas o principal é o seguinte: o Vasco foi engolido por um time que não tem muitos jogadores de qualidade. E a resposta é simples: eles estão muito na nossa frente em termos de tática. Com a LaU foi a mesma coisa. Marcação pressão, toque de bola e movimentação constante.

Rafael Saldanha disse...

Elenco, Marcelo?

Se o Flu tivesse Elenco, Leandro Euzébio não seria nem banco...

JT

O Cristóvão não consegue variar o jogo... Foi assim ontem, foi assim contra LaU

Marcelo Braga disse...

Pra quem considera o Dedé um "MITO", pode achar o que bem entender do Leandro Euzébio.

ST

P.S.: ainda bem que não teremos discussões, somente cornetadas.