Cruzmaltinos desse planeta,
vi gente comemorando a contratação de Zico pra diretor de futebol do Flamengo como se fosse um título. Diziam que agora o céu era o limite, que tudo mudaria, que a profissionalização chegaria de vez à Gávea e que os urubus estariam próximos de um novo mundial. Nem tanto. Mas também vi gente falando que Zico estava se corrompendo, que estava no esquema, manchando sua imagem de ídolo, que a contratação do galinho de Quintino seria um marco negativo para o clube. Também não é por aí. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
A contratação de Zico pelo Flamengo me lembrou muito a posse de Roberto Dinamite na a presidência do Vasco - com a diferença que sabemos até quando o nosso ídolo permanecerá na Colina. Reações exageradas que miram baixo e erram feio o alvo. É fato que Dinamite não se destacou por sua grande capacidade gerencial, assim como o Galinho também não é um manager perfeito (basta ver a situação do CFZ). Mas não foi pra isso que eles foram contratados/ eleitos. A importância destes dois não é prática, não é pra ser medida em planilhas. O grande valor desses dois é simbólico.
Só os mais iludidos acharam que Roberto resolveria tudo da noite pro dia, assim como só os flamenguistas mais delirantes acreditam que Zico fará o mesmo. Isso eles faziam em campo. Agora, Roberto e Zico são cabeças de equipes muito mais complexas do que aquelas que eles comandavam nos gramados. Lidam com vaidades e valores muito mais complexos do que aqueles inseridos nas quatro linhas.
Mas o simples fato deles estarem lá representa muito. Representa uma vontade do clube de sair das trevas da gestão arcaica do futebol. Simboliza a tomada de decisões nas mãos de gente que ama - e já provou de forma inequívoca - seus clubes. Significa um ganho em credibilidade, em esperança. Gol do Flamengo.
Ainda bem que já fizemos esse gol há dois anos.
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Há mais ou menos dois meses, vi uma entrevista de Zico dizendo que jamais seria técnico no Brasil, para não correr o risco de enfrentar o clube da Gávea. Ok. Respeito. Mas perguntado se treinaria o próprio Urubu, foi covarde e disse que jamais assumiria nenhum cargo no Clube pois não queria ver a mulambada o xingando de burro. Parece que a coragem voltou e o camisa 10 da Gávea repensou essa decisão. Mas ele que não se engane. Será xingado de burro e não vai demorar muito. Pois se em campo ele só dependia de si, na "cartolagem" vai responder pelas cagadas de muita gente.
Basta ver o que acontece no Vasco. Os calcanhares de Aquiles da gestão do presidente-ídolo são o departamento jurídico e o financeiro. Ora, Roberto Dinamite não é advogado. Ele é assessorado por pessoas que têm competência para tal. A polêmica do escritório Sylvio Capanema de Souza é vazia e amadora (Não podemos ter certeza nem se todos os jogadores do Vasco torcem realmente pra Cruz de Malta, como então garantir a torcida dos advogados que prestam serviço pro clube?) Por contas dos imbroglios jurídicos, o patrocínio da Eletrobrás não pinga em nossa conta. E isso faz com que o financeiro fique todo prejudicado. Não tem como Roberto pegar a bola e resolver isso com uma de suas bombas certeiras. Isso depende da equipe. Tem que ser muito homem pra botar seu nome pra se xingado pela torcida. Liderar nas vitórias é ótimo, e fácil. Se sacrificar pela causa é que faz o herói.
6 comentários:
Acho que a diferença é que o Roberto representou uma ruptura com o sistema ditatorial que o Vasco vivia e marcou o inicio de uma fase mais moderna e democrática no clube. Zico, a rigor, ainda é funcionário da mesma panela que há décadas controla a Gávea.
Saldanha é vascaíno, logo, nada entende de futebol, logo, nada entende de Flamengo...
e... claro, o vasco nunca teve, nem nunca terá um Zico ou algo próximo a ele...
Chora Bacalhoada
Roberto...
Abismo
Romário...
Edmundo...
Abismo
Zico --- Juninho Pernambucano
HUEHuheuhauh
Bom senso...
Abismo
Abismo
Abismo
Desespero...
Abismo
Mais abismo
É muito abismo
Saldanha
Sou mais o Muricy.
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