Mídia, a indústria do nada

A Copa do Mundo e a falta de esforços para a criação de um time competitivo me deixou um pouco fora de órbita. Todavia, não posso deixar de me manifestar sobre a situação midiática em que a imprensa, principalmente, a mineira, tenta colocar o arqueiro hexacampeão, Bruno. Como no caso da família Nardoni, a TV e o delegado responsável pelo caso, ao invés de abordar com imparcilidade crítica, apontam os canhões para o sujeito, principalmente, sem que haja um corpo. Sou mineiro e odeio a centralidade dada ao eixo Rio-SP. Porém, acho ridículo a mídia daqui ficar tentando emplacar matérias e "vivos" a todo momento nos telejornais. 

Para quem não entende, muito mais do que apurar fatos para que o papel social do jornalismo (a busca pelo esclarecimento, pela informação correta e imparcial) seja executado, as redações e suas editorias estão muito mais preocupadas em quantos minutos seus repórteres vão permanecer em rede. Ou seja, a mídia não nos protege, a mídia não nos conforta. A mídia busca alimentar a si mesma, em uma verdadeira fogueira das vaidades que é embriagada pelo suposto poder olimpiano de quem "aparece" na caixinha que brilha. Assim, ontem vi uma aula de como não se faz jornalismo e isso na toda poderosa Globo, em seu canal de notícias, a GloboNews. A edição das 18h do "Em cima da hora" é especial, dura mais tempo e é apresentada pela Leilane Neubarth. Ontem, dia 29 de junho, no início da programação entrou um "vivo" (repórter na frente da câmera, em rede e ao vivo) de uma jornalista de BH. Ela informou o que havia apurado sobre o caso e em seguida, uma matéria mostrou o delegado showman já dando o veredito. A atenção do programa se voltou para o estúdio, outras matérias entraram no ar etc e tal. Intervalo e o jornal volta. Neubarth, então, chama a mesma repórter para o seu segundo vivo. Como havia visto o primeiro, achei que haveria algo novo. Muito pelo contrário, a jornalista entrou em rede para dizer que não tinha mais nenhuma informação e assim, repetiu praticamente o mesmo texto que tinha dito uns cinco, seis minutos antes. PQP o que foi isso além de sensacionalismo e tentativa de se permanecer em rede?

Além das disputas pela atenção da própria emissora, os resultados do "bem" que o esquema midiático tem nos apresentado é um amontoado de pré-julgamentos e achismos cheio de preconceitos e muita desinformação. Hoje, dia 30, pesquisei no site do Uai, portal mineiro ligado aos Diários Associados, sobre o caso do Bruno. O título da matéria: Corpo em IML não é da ex-namorada de goleiro, diz delegada. Todavia, o mais louco é que não houve notícia anterior a essa. Não existiu qualquer matéria em que se dizia: Corpo de mulher pode ser de ex-namorada de goleiro. Ou seja, o cu não tem nada a ver com as calças. Não tem qualquer sentido se publicar algo que não tenha ligação com o caso. É mais uma tentativa de se emplacar notícias sem haver qualquer fato noticioso, uma vergonha, uma lástima. E o mais hilário, para não dizer, triste é ver a participação do "povo" na discussão (segue alguns comentários postados sobre a matéria):

Além de assassino, mál-caráter, ele também, vejam bem, é maconheiro - FORCA NELE BRASIL!!!  (esse é meu comentário)

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Autor: wellington gonçalves
TUDO MOSTRA QUE ESTE VAGABUDO... E MAL CARATER MESMO...SÓ ANDA COM VAGABUDO...SR. ADRIANO...SR.VAGNER LOVE...ASSALTANTE DE BANCOS...ETC...SEM COMENTARIOS... 

Autor: Marcus Dias Mariano
Essa piranha deve estar com outro jogador. Chamar essa vagabunda de estudante é denegrir a imagem de pessoas serias e que correm atras de seus objetivos. Essa piranha no maximo que pode ser chamada é de garota de programa, vadia.O esconde-esconde tá muito frio.Delegada incompetente só que aparecer.  

Autor: Enrico Vicentini
Marcus, você é gay e tá com ciúmes do Bruno. Confessa vai... 

Autor: fernando miranda
O delegado que apareceu pra dar entrevista só sabe dar entrevista. Todo caso em MG ele aparece pra dar entrevistar.  

Autor: sandro couto
Sr Marcus Mariano; guarde seus comentários chulos para vc mesmo, pois a familia desta garota está passando por um momento muito doloroso, e ninguem, ninguem mesmo tem culpa das escolhas de seus filhos, ela resolveu se enamorar por um VAGABUNDO,MAL CARATER DESTA ESPECIE, lamentável.... 

Autor: José Filho
Cadeia nele. Assassino, coisa ruim, drogado, cachaceiro. Carreira terminada. Cadeia. Cadeia. Cadeia.  

Fábio Henrique Colombarolli

Ele sempre mostrou ser um mal caráter. Mesmo se ele não tivesse envolvimento, que eu duvido muito, ele tomaria pelo menos uma postura decente e não dizendo que ainda vai rir muito disso tudo. Só um mal caráter ri de uma situação dessa, principalmente envolvendo o próprio filho. 

Autor: joao batista noia
o nosso bonito futebol está cheio de bandidops que tem envolvimento com o trafico de drogas neste pais,, este bruno é mais um caso de viciado e maconheiro que uso o prestigio que tem para bagunçar a vidas de pessoas de bem, se os moradores de Ribeirão das Neves tivesse dado um cacete neste pilantra