sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Calado é um poeta

Esse não é um post sobre o Vasco, apesar de se basear em uma notícia tirada da página do Vasco no Globoesporte.com, sobre uma fala do técnico do Vasco.
Dorival sugere o fim da regra do impedimento. Sinceramente, essa é uma besteira digna de uma mulher. Qualquer um que conheça minimamente a evolução do futebol sabe que o fim da regra do impedimento não significa mais dinamismo para o futebol, muito pelo contrário. Significa retrancas fechadinhas, times jogando no esquema 6-3-1 e coisas do tipo. A regra do impedimento veio justamente para que o time pudesse sair jogando sem ter que se preocupar em deixar um ou dois jogadores preocupados com os banheiristas. Até mesmo Elton consegue perceber isso.
Dorival, gosto muito dos resultados que você tem conseguido, da seriedade com que você trata o seu trabalho, do cuidado com o psicológico dos jogadores... Mas, sinceramente, você dá um monte de provas de que não entende muito bem desse jogo simples que é o futebol.

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Uma outra novidade que vem por aí, no campeonato carioca, é o tempo técnico obrigatório. Outra bobagem. Só vai servir pra quebrar o ritmo do jogo, prejudicar o time que se armou melhor para enfrentar o adversário. Pela lógica dos inventores, é o fim do "nó tático". É o fim da chance de um time limitado com um técnico criativo surpreender o adversário melhor tecnicamente. Só tem gênio nesse meio!

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A imprensa ventila constantemente pedidos pela adoção da tecnologia no futebol. Uso de VTs, quarto árbitro vendo replay, bola com micro-chip. Tudo isso acaba com o futebol. Não, não vou usar o argumento romântico, de que o erro é o que apimenta o jogo e gera a discussão. Vou usar o argumento prático: O futebol só é o esporte mais popular do mundo por sua simplicidade. Com um mínimo de recursos, joga-se o mesmo esporte da Copa do Mundo no interior do Amapá. Se colocarem esse tanto de frescura, teremos dois esportes diferentes: aquele da TV - que precisa de uma equipe de cinegrafistas para ser praticado, técnicos ligados em sensores de movimentos, etc, etc... - e outro praticado nos campinhos. Epa, não só nos campinhos. Vocês acham que a federação acreana vai ter como bancar um campeonato que já é deficitário com todo esse custo extra? E a federação de futebol do Gabão? E de Bangladesh? É o fim do maior esporte de massa desse planeta.

E olha que esses caras que propõem isso ganham rios de dinheiro para pensar o futebol...

6 comentários:

Felipe Hutter disse...

Discordo totalmente do seu último parágrafo. A inclusão da tecnologia no futebol é mais do que necessária, e não excluiria as federações humildes como vc afirmou. No tênis, por exemplo, não são todas as quadras que possuem sensores capazes de reconhecer o lugar exato onde a bola caiu na quadra. Pelo contrário, geralmente esses equipamentos são encontrados somente na quadra principal de um torneio. Seguindo o raciocínio, deixa a federação acreana praticar o futebol mambembe de sempre, mas vamos assegurar que os jogos de Copa do Mundo, Libertadores e Brasileiro sejam blindados contra a incompetência dos homens de preto.

Felipe Thiroux disse...

O último parágrafo foi viagem mesmo. Por essa lógica qualquer pelada que não tenha um árbitro, dois bandeiras e um campo com as dimensões oficiais é outro jogo então.

Nas peladas que eu jogo nem existe impedimento.

A ajuda eletrônica é inevitável e se recusar a aceitá-la é recusar o próprio progresso tecnológico.

Felipe Hutter disse...

O Saldanha é muito careta. E foi infeliz no comentário acerca das mulheres. Por isso só tem sacudo comentando...

Rafael Saldanha disse...

Mulher não entende de futebol, é um esporte masculino em sua essência. E o Tênis é um esporte pra lá de popular... ô! Tricolores, nem tentem elitizar novamente o futebol.

Pelada não é futebol. Pelada é pelada. Mas Copa Bahamas é futebol. Com final no Mário Helênio. Colocar recursos eletrônicos é matar o jogo. Coisa de gente "espertona". Tipo Galvão Bueno.

Rafael Saldanha disse...

E o que reduz a incompetência dos homens de preto é a profissionalização dos mesmos. Chega dessa merda de guarda noturno que é juiz no final de semana.

Felipe Hutter disse...

Muito boa, vamos nivelar por baixo! Daqui pra frente só vamos praticar futebol com os equipamentos que a galera da Copa Bahamas é capaz de fornecer. Afinal, a Copa Bahamas é o que importa.