Cruzmaltinos desse planeta,
Fiquei quase 10 dias sem cornetar. Talvez devesse ficar mais. Pois, se não do jeito que devia - sobrando futebol - o Vasco venceu seus últimos desafios enquanto meu notebook estava queimado. Agora, quando a máquina nova chegou, o Gigante da Colina é líder isolado, novamente 4 pontos na frente do Guarani. Mas ainda não tivemos grandes atuações. Suar pra vencer o ABC chega a ser vergonhoso. Tudo bem que agora só pegaremos ratos acuados, times pequenos lutando ferozmente para tentar sair do rebaixamento, mas é obrigação do Vasco atropelar esses anões. Sem perdão.
Hoje a luta é contra o Bahia, time Robin Hood da série B: Avacalha com os grandes e dá mole pros pequenos. Essa postura faz com que ele fique sempre no meio da tabela, uma espécie de divisor. Desnecessário dizer que vencer é obrigação - até mesmo para dar o troco do jogo do primeiro turno. Acredito na vitória, pois pela primeira vez em muito tempo, o DJ tem um problema sério de excesso de opções.
Com a volta de Souza e Alex Teixeira da Seleção Sub-20 e a recuperação do capitão Cazalberto (que já atuou na última partida), nosso comandante tem a opção de montar do meio pra frente o time da boa sequência de jogos do fim do primeiro turno. Porém, o que fazer com Fumagalli, que nos salvou no último jogo e vem se mostrando um jogador sensato e experiente? E Allan, mais um garoto promessa das bases? E Amaral, nosso acéfalo de estimação, que deixa de tentar jogar bola só para proteger nossa zaga? Tem espaço pra todo mundo?
É claro que não. No jogo de hoje, talvez fosse melhor deixar os garotos do Sub-20 jogarem somente um tempo, para recuperarem o entrosamento. Mas, em breve, esse problema precisará de uma solução definitiva...
.
Há alguns anos, na época do gol 1000 do baixola, escrevi um artigo chamado "Pelé é 10, Romário é 11", que falava desses que talvez tenham sido os dois maiores jogadores de futebol do Brasil em todos os tempos, embora Pelé tenha sido alçado ao Status de Semi-Deus e Romário rebaixado à categoria de banheirista.
Meu argumento central sempre foi de que Pelé foi um craque, mas a mídia sempre o supervalorizou. Pelé é um herói mítico. Muitos de seus feitos não têm qualquer registro visual - sobrevivem somente na imaginação de quem viu e contou pros outros. É como aquela garota que você pegou na balada e ninguém viu. Ela podia até ser gata, mas no seu relato ela é perfeita. Não tinha nem mesmo uma espinha debaixo da orelha, nem mesmo um olho levemente estrábica. Ela é uma versão photoshopada da garota real. Pois, o Pelé mito é uma versão photoshopada do Pelé Jogador.
Um outro aspecto que eu comentei e que irei reforçar agora é do nível dos adversários da época.
Dos 1284 gols de Pelé, menos de 720 foram em jogos oficiais. Ou seja, mais de 500 gols em partidas amistosas. Aí precisamos entender como funcionavam esses amistosos: os times brasileiros saíam em excursão pela Europa, e jogavam 7, 8 jogos em 10 dias. E tome amistoso contra o time dos Bombeiros de Estocolmo, e Pelé marcando 4 gols. Um parêntese.
Essa semana, o time feminino do Santos fez 12 a 0 no Mixto, de Cuiabá, com 7 gols da artilheira Marta. O time do Mixto, como 99% dos times de futebol feminino no Brasil, é semi-amador. As meninas trabalham em outras coisas e jogam futebol nos tempos livres. Marta é uma profissional. Vive do futebol. Já jogou nas grandes ligas do esporte. É a atual Melhor do Mundo. Ela realmente precisa disso? Isso não acrescenta nada para o currículo dela. Só serve para a mitificação.
Ninguém está questionando a qualidade do futebol de Pelé ou Marta. São craques. Gênios mesmo. Mas esse tipo de coisa faz com que eles se tornem algo além do que eles realmente são. O problema está em tentar manter isso pra sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário